Raquel Morais -
Mais casos de chikungunya em Niterói deixa população em alerta. Considerada entre a dengue e a zika como a doença mais complicada de tratar e que pode deixar sequelas, muitos niteroienses estão na lutra contra os sintomas. Além da febre e vermelhidão no corpo, a chikungunya deixa as articulações muito doloridas e esse desconforto pode perdurar por até seis meses. A Prefeitura de Niterói divulgou que de 1º de janeiro deste ano até ontem foram notificados 665 casos suspeitos da doença na cidade; contra 304 casos de janeiro a abril de 2017. O aumento de 119% fez a administração municipal intensificar as ações de prevenção.
Na edição da última sexta-feira (13), A TRIBUNA reportou o drama vivido gonçalenses que veem a doença se espalhar por ruas inteiras. Em São Gonçalo, já foram notificados mais de 1.100 casos da doença este ano, um aumento de 100% em relação a todo ano de 2017.
A contadora Tamara Carvalho, de 37 anos, mora no bairro Pé Pequeno e está esses dias cuidando da sua filha, Nicole Carvalho, de 11 anos, que está com chikungunya desde a semana passada. No quintal da niteroiense, a Nicole é a terceira vítima da doença, já que sua mãe e a empregada doméstica da família também estão com chikungunya. Eu tive muita febre e estou com muita dor no corpo. Estou me sentindo muito mal, lamentou a estudante do 7º ano que não está indo para a escola por esses dias.
Ela teve febre de quase 40ºC, muito calafrio e muita dor. No final de semana ela não conseguia colocar o pé no chão de tanta dor. É muito ruim ver um filho assim e depender da consciência das pessoas para não ficar doente. Cada um tem que fazer a sua parte e isso não pode ser esquecido, comentou Tamara.
A clínica geral Ana Cláudia Sodré explicou que a doença é provocada por um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e é importante o diagnóstico médico sobre a doença e não a automedicação. Tem que ter atenção a sintomas com dor muscular e articulares intensas, náusea, vômito, diarreia e erupções na pele. Não passa de uma pessoa para outra e somente é passada pelo mosquito, que tem uma autonomia de voo baixa e normalmente se reproduz onde tem água parada. É preciso evitar as possibilidades de desenvolvimento desse mosquito. Tem um desconforto muito alto e a pessoa infectada fica impossibilidade de trabalhar e estudar, comentou.
A Prefeitura de Niterói ressaltou que intensificou as ações de prevenção com vistoria dos agentes do Serviço de Controle de Vetores, que visitam casas e comércios a fim de eliminar possíveis focos do inseto; mutirões de combate à dengue; aplicação de inseticida quando necessário; orientação dos moradores e distribuição de material informativo sobre medidas de prevenção; uso de carro fumacê; e realização de palestras educativas sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti para pais, professores e alunos nas escolas. Profissionais do Programa Médico de Família também atuam em parceria, com prevenção e combate nas suas áreas de cobertura. Niterói também possui Comitês Regionais de Combate à Dengue, organizados pelas Policlínicas Regionais, com ações de combate ao mosquito Aedes aegypti elaboradas de acordo com as características de cada comunidade.
Apesar dos altos números, ainda não é possível dizer que a região vive uma epidemia da doença. Segundo o Ministério da Saúde, é preciso ter 300 casos de chikungunya para cada 100 mil habitantes. Em Maricá, já foram registrados 330 casos da doença só no primeiro semestre, contra apenas seis em 2017.