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Caso Flordelis: Deputada e outras testemunhas estão no Fórum em Niterói
Caso Flordelis: Deputada e outras testemunhas estão no Fórum em Niterói
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 27 de novembro de 2020FacebookTwitterInstagram
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Já começou as audiências no Fórum Desembargador Enéias Marzano, no Centro de Niterói, para esclarecer a morte do pastor Anderson do Carmo. Ao todo serão ouvidos 11 réus e 27 testemunhas, inclusive a própria deputada federal Flordelis, para dar continuidade ao processo que investiga a morte do marido da parlamentar. A deputada chegou ao Fórum, dessa vez sem atrasos, chorando e sem falar com a imprensa, acompanhada do seu advogado Anderson Rollemberg. 

A primeira pessoa ouvida foi a esposa do filho da deputada, Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael; a Luana Rangel Pimenta. A nora de Flordelis fez graves acusações contra a sogra, disse que a morte do pastor teria sido uma trama familiar e que o próprio pastor sabia disso. Ela também reafirmou que ele foi envenenado várias vezes.

A segunda testemunha, das cinco agendadas para serem ouvidos hoje, é o próprio Misael. Mas ele ainda não começou os esclarecimentos pois exigiu que todos os réus, inclusive Flordelis, fossem retirados da audiência.

Outras audiências já foram marcadas para os próximos dias 04, 11 e 18 de dezembro. Normalmente só são apresentados seis presos por audiência, por isso foram marcadas várias datas já que a quantidade de réus é grande.

No último dia 13 a deputada esteve no Fórum e alegou inocência. Na ocasião os delegados Bárbara Lomba Bueno e Allan Duarte Lacerda foram ouvidos, já que participaram das investigações conduzidas na Delegacia de Homicídios de Niterói. Também foram ouvidos um perito e dois policiais civis.

No dia 18 de setembro, a juíza Nearis dos Santos de Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou que a deputada federal Flordelis fosse monitorada através de tornozeleira e ficasse em recolhimento domiciliar das 23h às 6h.

O pastor Anderson do Carmo de Souza, 42 anos, morreu no dia 16 de junho de 2019 com mais de 30 tiros. Ele havia chegado em casa, na Região de Pendotiba, e foi morto na garagem por volta das 4h. Horas após o crime a deputada alegou que o crime teria sido uma tentativa de assalto mas as investigações apontaram o possível envolvimento de Flordelis, dos filhos e netos. A pistola usada no crime foi encontrada na casa da parlamentar.

A terceira testemunha ouvida foi Regiane Rabelo que sofreu um ataque a bomba em sua casa, na noite do dia 3 de setembro. Ela e o marido, que são donos de uma oficina mecânica próximo à residência de Flordelis, são ex-patrões do Lucas, preso por suspeita de participação na morte de Anderson.

"Eu eu meu marido chegamos, vimos um pouco de TV e logo depois fomos dormir. Por volta das 23h ouvimos um barulho muito forte e um clarão que veio do quintal. A minha vizinha me ligou assustada, todos os vizinhos acordaram. Quando meu marido chegou do lado de fora, a bomba ainda estava saindo fumaça. Eu liguei para a polícia militar, no dia seguinte a Delegacia de Homicídio foi na minha residência e recolhei tudo. Inclusive, eu entreguei a eles imagens das câmeras onde é possível ver um carro passando na porta da minha casa na hora do acontecido. Esse carro me seguiu", disse Regiane.

Regiane fez confissões que ainda não tinha falado em outros depoimentos. Como a de que Flordelis tem duas religiões. "Ela só é evangélica porque a igreja dá dinheiro. Mas a primeira religião dela é o espiritismo. Ela procurava os centros para conseguir o que queria, que era a fama. Mas a igreja ela tratava como empresa. Conhecer Jesus para eles era uma forma de ganhar dinheiro".

Regiane ainda relatou um episódio, que diz ter vídeos para comprovar envolvendo os rituais que Flordelis fazia em casa. "Ela tinha um quarto em casa, em que só as pessoas selecionadas entravam. Era o quarto onde ela fazias as coisas do espiritismo. Ela fazia trabalho para acabar com casamentos, para manter as pessoas sempre presas a ela. O pastor Carlos que está aqui presente, pode confirmar, que ele mesmo viu saindo duas malas da casa dela, onde tinham utensílios usados nesses trabalhos. Ela colocou tudo na porta da igreja dela em Pendotiba, e chamou a imprensa dizendo que tinham feito macumba pra ela", relatou.

A todo instante Regiane se referia a família da Flordelis como "organização criminosa" e chamou Simone dos Santos, filha biológica de Flordelis, de sonsa e manipuladora. Assim como Lorraine, filha da Simone e neta de Flordelis, que Regiane disse ser "uma pessoa muito perigosa e que pode tramar outro crime".

Depois de todas as denúncias, inclusive a de que sete crianças estariam sofrendo maus tratos na casa, Regiane disse que se sente ameaçada pela liberdade de algumas pessoas da família.

“Enquanto ela estiver solta, vai continuar cometendo crimes. Hoje sinto medo. Queria, inclusive, pedir ajuda para o Ministério Público, para que colocassem uma viatura na porta da minha residência porque eu me sinto ameaçada. Eu tenho medo”, disse.

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