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Foto: Rafael Freitas cedida ao AEROIN
O incidente registrado no começo do mês, quando um Boeing 777 da Qatar teve que desviar de um balão ao pousar em São Paulo, repercutiu no mundo inteiro e mais uma vez expôs um velho problema do Brasil. Afinal, quem não consegue reprimir balões, que são de papel, como garantir segurança contra supostos ataques aéreos? Entre profissionais da aviação, não é raro ouvir que só vai mudar quando cair um avião com um político dentro.
O caso revelado pelo portal Aeroin, que recebeu o relato em tempo real de um observador no chão e de outra pessoa que estava a bordo da aeronave. Por envolver uma aeronave de uma empresa árabe conhecida, a Qatar Airways, que figura entre as melhores do mundo, o fato chamou ainda mais atenção.
Mídias de vários países repercutiram as informações, inclusive EUA, Líbano, Romênia, Austrália, Emirados Árabes Unidos e, notoriamente, no Reino Unido, onde alguns dos maiores jornais, como The Independent e Daily Mail, replicaram as informações. No entanto, embora tamanha comunicação, a repercussão é novamente negativa para o Brasil.
Enquanto as festas de São João são uma parte bonita da cultura brasileira, a soltura de grandes balões não tripulados expõe um hábito de décadas que, mesmo criminalizado, não deixou de estar presente no cotidiano. Para a aviação, o chamado risco baloeiro é crítico, já que uma colisão com um artefato desses poderia levar a graves incidentes ou acidentes.
Ao longo dos anos, não são poucas as vezes que esses casos têm sido relatados. A reeducação a quem comete esse crime tem se mostrado pouco eficaz e, certos da impunidade, os criminosos continuam a fazer o ilícito. já que o ceticismo é grande.
A exposição, para não falar vexame, por vezes funciona. O Brasil já teve seu nível de segurança do Espaço Aéreo rebaixado, mesmo tendo menos acidentes aéreos que os EUA, exatamente por causa do balão e das denúncias de vários pilotos, principalmente estrangeiros que acham inaceitável esta prática.