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A reportagem de A TRIBUNA acompanhou, no final de julho deste ano, o caso da advogada Nathália dos Santos Silva, que denunciou episódio em que alega ter sido reprovada indevidamente, na prova prática de habilitação categoria A, para pilotar motocicletas. Dando sequência à cobertura do caso, a reportagem recebeu novas reclamações nesse sentido.
Ontem (5), a equipe de A TRIBUNA esteve no campo de avaliações, localizado na Avenida Washington Luís, ao lado do galpão da antiga Rio Decor, no Centro, onde estavam acontecendo as provas. Alguns candidatos, que não quiseram se identificar, sugeriram que as provas fossem filmadas, a fim de confrontas as imagens em caso de reprovação, como o ocorrido com Nathália.
No entanto, enquanto novas medidas não são tomadas, aqueles que sonham em se habilitar, independente da idade, seguem convivendo com a frustração. É o caso de Jorge Teixeira, que tem 69 anos e tentou, pela terceira vez, tirar a habilitação na categoria A. No entanto, ele acabou sendo reprovado no último segundo do exame. A justificativa foi um possível erro no posicionamento do pé esquerdo.
"Eu dei uma parada com o pé, só isso. Eu acho que poderia ter me dado uma chance. Fiz tudo normal. Essa aqui é a terceira vez que tento. Nas outras vezes eu pisei em cima da faixa e erei logo no início. Só hoje acho que eles foram um pouquinho mais duros, mas está tudo bem", disse Jorge, sem concordar com a reprovação e sem ter a certeza se irá tentar novamente.
A reportagem entrou em contato com o Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ) e questionou se há algum estudo em andamento no que diz respeito á colocação de câmeras para filmar os exames, bem como qual o índice de candidatos reprovados, nos últimos seis meses, em Niterói. No entanto, até o momento da publicação, não havia sido enviada resposta.
Caso de Nathália
Durante a apuração da reportagem, a equipe de A TRIBUNA flagrou o presidente da prova, Valdionor Ferreira Bicalho, novamente exercendo a função. Os demais avaliadores envolvidos no caso, Sônia L. V., e Márcio de Araújo, Epitácio Júnior, além de um terceiro, teriam sido afastados temporariamente, enquanto o Detran apura a denúncia. A informação foi confirmada pelo advogado da candidata, Luiz Eduardo Silveira de Mattos.
De acordo com Nathália, em uma etapa do teste, ela afirma ter passado por uma linha que não deveria ser ultrapassada, o que caracterizaria uma infração de dois pontos. Mesmo assim, isso não seria o suficiente para reprová-la, de acordo com o que uma examinadora falou, segundo a advogada.
O problema, segundo Nathália, foi quando outros dois avaliadores, que não estavam perto dela durante a prova, questionaram o resultado e afirmaram que a infração foi cometida duas vezes. Sendo assim, a candidata teria cometido uma infração de quatro pontos por duas infrações e estaria eliminada. Foi quando os três examinadores começaram a discutir, com o presidente tendo decidido pela reprovação.