Anderson Carvalho -
A Câmara Municipal de São Gonçalo começou a analisar o projeto de lei nº 311/2017, de autoria do vereador Professor Paulo (PC do B), que acaba com a dupla função dos motoristas nos ônibus das linhas municipais da cidade, entre os quais, os convencionais, micro-ônibus e os que têm apenas uma porta. A proposta já foi lida em plenário e tramita na Comissão de Justiça e Redação Final da Casa, devendo ser votada nos próximos dias.
Pelo projeto, cada veículo deverá ter motorista e cobrador. Essa iniciativa do nosso mandato tem objetivos bem definidos: melhorar a qualidade dos serviços prestados à população; dar mais segurança aos passageiros e ao funcionário da empresa, uma vez que a dupla função nitidamente atrapalha na condução do coletivo e, claro, gerar empregos no setor rodoviário com a volta da função do cobrador nos ônibus, destacou Professor Paulo.
Em caso de aprovação no legislativo, o projeto irá para sanção ou veto do prefeito José Luiz Nanci. Se este sancionar, as empresas terão três meses para se adaptarem. Fica proibida a redução quantitativa dos coletivos nas ruas e a penalidade prevista por cada infração é de 150 UFISG (Unidade Fiscal no Município de São Gonçalo).
Procurado, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj) informou que a bilhetagem eletrônica vem substituindo, gradativamente, o dinheiro, nos coletivos. Em São Gonçalo, cerca de 70% das viagens são pagas eletronicamente, o que gera maior segurança, já que há menos dinheiro vivo circulando.
Vários cobradores hoje trabalham nas empresas de ônibus em outras funções, como manobristas, manutenção ou mesmo motoristas. A proposta de restabelecer a função do cobrador é um retrocesso, que vai na contramão da tendência mundial de automatização. Caso esse projeto seja aprovado, será mais uma ação que gera custos altíssimos com a troca de frota, num prazo inexequível. Em um momento de perda de passageiros e forte crise financeira, será mais um custo a ser repassado para as tarifas.