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Na série de reportagens que A Tribuna tem feito a respeito do estádio Caio Martins foi falado de algumas das histórias ligadas ao futebol. Mas no início, o local era voltado para aulas de educação física das escolas de Niterói. E a matéria achou uma reportagem da extinta revista Ilustração Brasileira de 1942 com imagens raríssimas de inúmeros alunos fazendo atividades físicas no gramado.
A matéria destacava que a preparação física da mocidade fluminense tem merecido, por parte da administração estadual, o mais decidido estímulo. O texto ainda destacava que as aulas de educação física eram motivo de acentuado interesse por parte dos alunos.
Na época, era comum que as aulas de educação física acontecessem com separação de gêneros. Ou seja, uma professora mulher dava aulas para meninas enquanto um homem era responsável pela turma de meninos. As fotos abaixo mostram atividades físicas feitas por meninas.
Pioneira no trabalho esportivo no estádio
O niteroiense Ricardo Baptista conhece bem o Caio Martins, pois teve duas parentes que participaram ativamente de momentos históricos no local. A tia, Dalila Nicolau, foi uma das que ajudou na fundação e também trabalhou como responsável pela administração por 25 anos.
Minha tia foi a primeira professora de educação física mulher, em 1942. Ela que foi a responsável por trazer o curso para formar educadoras físicas, pois existia também o curso de formação para educadores homens. Além disso, minha tia também trabalhando na administração por 25 anos. Ela trabalhou junto com Tobias Tostes Machado nesse período, conta Baptista.
Baptista lamenta a atual situação que envolve não apenas o estádio, mas como todo o complexo esportivo. Ele elogia o ex-jogador e atual comentarista Gérson, conhecido como o Canhotinha de Ouro, recordando os 14 anos em que esteve à frente da gestão, Ricardo fala que o tricampeão de 70 tirava dinheiro do próprio bolso para que as coisas acontecessem. Também elogiou a atuação de Ricardo Ratto. Mas lamenta que o local não esteja aberto no momento a competições profissionais.
O último grande evento que o ginásio recebeu foi a final da Superliga Feminina de Vôlei em 2007, quando o Rio de Janeiro derrotou o Osasco na ocasião. O Bernardinho era o técnico do time daqui do estado. De lá para cá, nada mudou. Cada um que passa pela cadeira não se mexe para melhorar o local, desabafa.
Reforma dos vestiários do parque aquático e resposta sobre o estádio
Procurada pela reportagem, a Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj) informou que tem feito reformas no complexo esportivo desde 2019, sendo a mais recente nos vestiários do parque aquático, única área que está em uso no momento para o público com a volta das atividades, com restrições, na piscina.
Atualmente, o complexo voltou com as aulas de natação e hidroginástica gratuitas para aqueles já vacinados com as duas doses. Além disso, o local também abriga, por enquanto, a parte administrativa do importante projeto do Niterói Presente, que deu total segurança ao bairro de Icaraí. Lá também há salas administrativas da Guarda Municipal. Mesmo na pandemia, o local tem sido usado de forma que beneficie tanto a população quanto a estrutura da cidade, informou a Suderj.
Em relação à situação do estádio, a Suderj informou que a responsabilidade dos cuidados e da manutenção cabem ao Botafogo. Em março deste ano, o atual presidente do clube Durcésio Mello falou ao jornal A Tribuna sobre a situação do estádio e admitiu o abandono da área. Entretanto, declarou à época não saber de quem era a responsabilidade quando questionado sobre uma possível reforma. A reportagem voltou a procurar o clube pedindo uma posição. Mas não houve resposta. O contrato entre Botafogo e Suderj vence em janeiro de 2023, e o Glorioso já declarou que pretende devolver o estádio à entidade quando o compromisso for encerrado.