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Um levantamento feito pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) mostrou preocupação de quem não arrisca precisar de atendimento na saúde pública. A pesquisa mostrou que 47% dos entrevistados tiveram que ajustar o orçamento em 2021 para não perder o plano de saúde e 83% das pessoas têm medo disso acontecer.
Acelerar o atendimento médico, fugir de filas de espera e ter conforto nos atendimentos são algumas das justificativas de quem opta por pagar um plano de saúde. Apesar disso quem depende da saúde suplementar também esbarra em tempo longo de espera.
A aposentada Ana Cristina da Costa, 66 anos, tem plano de saúde apenas para consultas e exames e também enfrenta dificuldade para marcação. Preciso ir no cardiologista para exame de rotina e só consegui vaga em julho. Vou pagar o mês todo do plano de saúde a toa e só vou me consultar mês que vem, contou.
Mesmo assim ela está dentro dos 83% das pessoas que têm medo de perder o plano de saúde por causa do orçamento. O medo de perder o acesso [ao plano de saúde] pode ser motivado pelo aumento das taxas de desemprego ao longo da pandemia de covid-19, frisou o presidente da Anab e idealizador do estudo, Alessandro Acayaba de Toledo.
De acordo com ele, a portabilidade é uma das saídas para quem precisa reduzir o custo com o plano de saúde, mas sem perdê-lo. É direito do beneficiário. O interesse pela portabilidade aumentou 12,5% de acordo com a ANS [Agência Nacional de Saúde]. Em alguns casos, foi possível reduzir em 40% os custos com a saúde, ressaltou Toledo. Segundo o levantamento, entre os que não têm plano de saúde, 83% consideraram que ele é necessário. Dos entrevistados que são usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS), 68% precisaram de algum tipo de atendimento médico em 2021, mas relataram dificuldade no acesso.
Apesar da flexibilização e medo de perder o plano dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) apontam que o país continua em franco crescimento em relação a novas adesões de planos médico-hospitalares.
Observamos que essa tendência tem sido constante nos últimos meses, fato que mantém o segmento aquecido e, consequentemente, mais pessoas podendo contar com o benefício de ter um plano, o que é mais importante, afirmou José Cechin, superintendente executivo do IESS.
De acordo com o estudo, em um ano, houve acréscimo de 1,3 milhão de vínculos do tipo coletivo empresarial, (uma alta de 4,2%). Eram 32,5 milhões de beneficiários, em março de 2021, e saltou para os atuais 3389 milhões, em março deste ano.