Aline Balbino
O sistema de biometria facial que deveria entrar em vigor neste fim de ano só passará a funcionar em março de 2017, segundo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). Alguns ônibus em Niterói já possuem o sistema biométrico facial instalado próximo ao validador do cartão de passagem, como é o caso da Viação Pendotiba. Essa foi mais uma maneira que a Fetranspor encontrou de diminuir as fraudes no uso do Riocard e Bilhete Único.
As câmeras já foram instaladas em mais de três mil ônibus que trafegam pela capital, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Ao todo, serão 22.500 coletivos. A biometria facial será válida para alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública, idosos, pessoas com deficiência e portadores de doença crônica física ou mental beneficiadas pelo Vale Social. A biometria funcionará de forma simples. Com uma câmera acoplada na parte superior do validador de passagem, a face do portador do cartão será fotografada e os dados serão cruzados.
A balconista Carolina Araújo, de 20 anos, é a favor da biometria. Ela acredita que as fraudes sofrerão queda.
Eu achei bacana essa iniciativa porque é comum ver pessoas usando cartões de outras. Eu não acho que a biometria fará com que o embarque demore mais e nem preocupo com isso, disse.
Fraudes
Segundo a Secretaria de Estado de Transporte, desde o dia 3 de outubro, 533 mil imagens foram capturadas. Dessas, 30 mil foram analisadas e aproximadamente 6.600 fraudes constatadas: 74% envolviam a gratuidade concedida aos idosos, 24% aos estudantes da rede pública e 2% aos beneficiados pelo Vale Social.
E se houver fraudes?
A partir da próxima semana, quando o equipamento detectar inconsistências ou uso indevido do cartão, os usuários receberão mensagens nos validadores e serão orientados a se dirigir a um ponto de atendimento da RioCard para dar explicações no prazo de cinco dias (estudantes) ou 10 dias (vale social e idosos). Caso não compareçam e seja comprovada a utilização indevida da gratuidade, a lei prevê sanções como a suspensão do benefício por 60 dias. Nos casos de reincidência, poderá haver o cancelamento definitivo do mesmo, até a apuração de responsabilidade penal pela Polícia Civil, quando cabível. Nenhum usuário será barrado imediatamente na roleta, mesmo que o equipamento identifique algum tipo de irregularidade.