A produção audiovisual independente brasileira sai da web e ganha as telonas durante a quinta edição do Festival O CUBO de Cinema, que terá sessões exclusivas na Biblioteca Parque de Niterói, nos dias 16 e 17 de agosto, a partir das 16h nos dois dias.
O festival, que além de Niterói, será realizado também no Rio de Janeiro, no Centro Cultural da Justiça Federal e no Arquivo Nacional, é o único de cinema brasileiro a integrar a rede mundial de festivais que fomentam o uso da licença Creative Commons para o audiovisual. O evento é produzido pelo Canal O Cubo - plataforma online que distribui curtas, longas e séries de diferentes regiões do Brasil licenciados via Creative Commons.
Nesta edição, serão apresentadas 31 produções inéditas, entre curtas em ficção e experimental, curtas e longa em documentário, e séries; selecionados pelo curador Fabiano Cafure, por meio de chamada pública nacional realizada no início de 2018.
As obras trazem curtas de diretores já conhecidos do catálogo do O Cubo, como o mineiro Bruno Rubim (curta "Lençol de Inverno"), o volta-redondense Luan Araujo (curta Gastos da Operação) e o carioca André Mansilha (série Desconexus), bem como cineastas estreantes no O Cubo, mas com representação na cena audiovisual brasileira, como a soteropolitana Carol Silvério (curtas "Siga Violeta e Justa Causa), o carioca Marcio Grafitti (curta documentário "Um dia com os blacks que ainda existem), entre outros.
Mantando a atuação em conteúdos que dão voz à representatividade de grupos sociais minoritários, o festival terá nesta quinta edição uma mostra de curtas de ficção voltado a filmes com temática LGBTQI+, que acontecerá na Biblioteca Parque de Niterói, que receberá ainda a exibição do longa documentário Filme de Artista, tendo como um dos diretores Claudio Oliveira, professor de filosofia da Universidade Federal Fluminense (UFF). O longa investiga a arte contemporânea brasileira em seus aspectos não-modernos, sendo também uma pesquisa do estatuto da relação entre objeto/sujeito nessas produções entrevistando os artistas Nelson Felix, Laura Lima, Ricardo Basbaum, Virginia de Medeiros e Grupo EmpreZa.
A Biblioteca também fará a exibição exclusiva da série completa Cartas do Arquivo, projeto audiovisual em comemoração aos 180 anos do Arquivo Nacional. Uma vez por mês, o Arquivo Nacional realiza a leitura dramatizada de uma carta, editadas em vídeos, visando difundir parte de seu acervo textual, o maior do Brasil. Dentre as cartas, estão a do nobre francês Conde d"Eu, então marido da Princesa Isabel, que se volta ao povo brasileiro em tom de despedida. Uma outra é assinada pela líder feminista Maria Lacerda de Moura, que sublinha, de forma veemente, a sua veia anarquista. Há ainda a carta assinada pelo escritor e jornalista Otto Lara Resende, que se dirige a Mário Lago clamando para que o poeta carioca voltasse a escrever, fazendo uso de referências literárias e ressaltando elementos de memória. A sessão contará com integrantes do Arquivo Nacional, que vão compartilhar suas experiências sobre o projeto.
O júri oficial do festival é composto pela performer burlesca Delirious Fenix, pela apresentadora Juli Wexel, pelo historiador e cineasta Ivan de Angelis e pelo crítico de cinema Gabriel Gaspar, youtuber do canal Acabou de Acabar.
A entrada é gratuita. A Biblioteca Parque de Niterói fica na Praça da República, s/n no Centro.