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Uma carta com mais de 180 assinaturas de diversos empresários do setor de bares, restaurantes e lanchonetes foi entregue ao prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT), nesta quinta-feira (1º), solicitando a reabertura dos estabelecimentos que estão proibidos de atender ao público devido ao decreto em vigor desde o último dia 26 de março até este domingo de Páscoa.
As novas medidas restritivas que substituirão às que estão em vigor desde o último dia 26 de março e seguem em vigor até este domingo de Páscoa (4), ainda não foram totalmente definidas. Contudo, devido à carta dos empresários, deverá ocorrer uma flexibilização das regras válidas para o setor. A expectativa é que os estabelecimentos reabram desde que limitem o atendimento a 30% da sua capacidade total a partir da próxima quinta-feira (8). Até a próxima quarta-feira o serviço segue apenas por meio de entregas, como delivery.
De acordo com Beto Caveari, presidente do Polo Gastronômico do Jardim Icaraí, o objetivo da carta era reafirmar para a prefeitura que os estabelecimentos são capazes de trabalhar de forma responsável. A afirmação é embasada nos índices de contaminação no interior de restaurantes sempre se mostrou muito baixa devido a constante necessidade de higienização do local. Além do seguimento de todos os protocolos de controle, como medição de temperatura, álcool em gel e distanciamento social.
Ainda segundo Caveari, o setor não suportaria mais uma semana atendendo apenas por meio do serviço de entregas. Nós estamos sofrendo a mais tempo do que este último decreto. Essa semana de restrições foi muito ruim para o setor porque já vinhamos sofrendo há 20 dias, pelo decreto anterior. Então realmente foi desolador. O setor não suporta mais uma semana, sem falar que no próximo dia 6 é dia de pagamento, lembrou o empresário.
O setor gera, em Niterói, mais de 3,2 mil postos de trabalho. E o receio dos empresários é que haja atraso de salários dos funcionários, devido a diminuição do faturamento. Não é possível fazer uma estimativa de porcentagem das perdas do setor, pois uns estabelecimentos sentiram mais que outros. Caveari aponta que os que não trabalhavam com delivery anteriormente, mas tiveram que começar a fazer entregas por conta da pandemia, sofreram mais por não terem um público já estabelecido para este tipo de negócio.
E comentou que se as restrições se estenderem por muito tempo, haverá a possibilidade real de começar a ocorrer demissões no setor. A cada CNPJ que fecha, muitos CPFs perdem o emprego. O transporte público perde porque é menos gente se deslocando para o trabalho; o proprietário do imóvel perde, porque o imóvel ficou vazio; daí é menos dinheiro circulando. É uma cadeia enorme, concluiu.
Joaquim Pinto, presidente da Conselho da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Niterói (CDL-Niterói), afirmou que a cidade não suporta mais uma semana de restrições, pois isso poderia quebrar toda a economia da cidade. Isso pode quebrar toda a economia da cidade, que entraria em colapso. O próprio setor público é sustentado pela produção do setor privado. É preciso ter bom senso e repensar essas normas. A parada da economia pode trazer outros problemas para como o desemprego e pessoas passando fome, afirmou.
A prefeitura afirma que auxilia os empresários por meio do Empresa Cidadã, porém Joaquim Pinto afirma que o programa ajuda, mas não resolve. Elas [políticas sociais] amenizam o problema, mas não sustentam uma empresa. Empresa Cidadã ajuda quem tem até nove funcionários, quem tem 30 empregados está fora do beneficio. Por mais que seja uma boa iniciativa, isso não sustenta todo um setor que quer trabalhar, acrescentou.
Pinto finaliza afirmando que é possível trabalhar seguindo todos os protocolos e as medidas preventivas contra o Coronavírus. As lojas podem funcionar dentro das normas e com fiscalização marcando em cima mesmo, tem que punir quem não está cumprindo. Caso contrário, nós teremos em um futuro bem próximo um grande índice de desemprego, concluiu.