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Através das redes sociais, Axel Grael (PDT), prefeito de Niterói, afirmou que vai processar o deputado federal Daniel Silveira (PSL) após ser alvo de ofensas, entre as quais que receberia surra de gato morto. Daniel Silveira encontra-se preso, desde a noite de terça-feira, na sede da Polícia Federal, no Rio, após ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e defender a volta do Regime AI-5.
No último dia 13, o deputado afirmou: Toma vergonha na cara ! Filhote de João Dória Junior do ( ) ! Vocês tem que levar uma surra de gato morto até ele miar, de preferência após cada refeição. A decisão de desativar a Secretaria de Política de Drogas do município e reutilizar a estrutura para a criação da Secretaria do Clima, também foi alvo dos ataques de Daniel: O prefeito de Niterói, o brincalhão inapto e inepto, transforma a secretaria de políticas sobre drogas em secretaria do clima. Ele quer fazer previsão do tempo? Não, apenas quer entrar no clima.
Axel respondeu também via redes sociais: Há três dias recebi uma ameaça desse deputado federal. Nesta terça-feira (16) ele foi preso por ameaça contra ministros do Supremo, com conteúdo quase igual ao que escreveu para mim. Esse tipo de comportamento é inadmissível. Estou sempre aberto ao diálogo republicano e seguirei defendendo a democracia, os poderes e as instituições. Já estou em conversa com meu advogado para processar o cidadão e reforçar que esse tipo de atitude precisa ser combatida. Precisamos trazer a reflexão para a sociedade sobre esse tipo de postura violenta de pessoas que ameaçam a integridade física daqueles que divergem de seus pensamentos. Isso precisa acabar. Que a justiça seja feita.
Daniel Silveira acumula ações polêmicas, atos antidemocráticos, como quebrar uma placa em homenagem a Marielle Franco e fazer uma "vistoria-surpresa" em um colégio federal. Sobre os atos antidemocráticos, o inquérito foi aberto em abril de 2020 a partir de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre manifestações de rua que fizeram reivindicações inconstitucionais, como o fechamento do Congresso e do STF.
O deputado também é um dos alvos de investigação no inquérito das fake news, que investiga "notícias fraudulentas", ofensas e ameaças ao STF, e no 27 de maio do ano passado, a Polícia Federal (PF) cumpriu 29 mandados de busca e apreensão, entre eles Daniel. No dia 30 de setembro de 2018, antes primeiro turno das eleições presidenciais, Daniel Silveira e Rodrigo Amorim, então candidatos pelo PSL, quebraram a placa simbólica que homenageava a vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio. Em 11 de outubro de 2019, já empossados, os dois foram ao campus de São Cristóvão do Colégio Pedro II para fazer uma vistoria. O reitor acompanhou os parlamentares, que registraram fotos de murais e faixas. A PF foi acionada, mas a dupla saiu antes da chegada dos agentes.
No mês passado, o deputado foi impedido de embarcar num voo, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, porque ele se recusou a usar máscara de proteção contra o coronavírus, obrigatória a todos os passageiros. Silveira apresentou um atestado médico, que indicava a dispensa da máscara por cefaleia (dor de cabeça) crônica, mas a companhia não aceitou e os ânimos ficaram exaltados, com discussão. A Gol remarcou o embarque, mediante a utilização de máscara por Silveira. Na terça-feira (16), após sua prisão e ser conduzido para exame de corpo de delito, Daniel Silveira se recusou a usar máscara no Instituto Médico Legal (IML). Mais uma vez o ato deu início a bate-boca, com o deputado ofendendo uma funcionária com palavrões.
Mesmo quando exercia as funções policial militar, Daniel Silveira já acumulava exemplos de mal comportamento, que lhe rendeu cerca de 60 sanções disciplinares. De acordo com a um processo administrativo da PM, consta que ele ficou 26 dias presos e outros 54 detido, por transgressões, além de 14 repreensões e 2 advertências.