Geovanne Mendes
A redação de A Tribuna recebeu durante a semana a visita da atriz e produtora baiana, Maria Gal, que esteve na cidade de Niterói buscando parceiros para o seu mais novo projeto, o filme sobre a vida da escritora mineira Carolina Maria de Jesus. O longa-metragem, se passará entre os anos de 1950 e 1960, época em que a personagem principal da história vai para São Paulo tentar a vida e descobre nas palavras a sua grande paixão.Orçado em R$ 7 milhões, o filme será rodado em 2019 e já teve a aprovação na lei do audiovisual da Ancine.
Essa é uma história fantástica, de uma escritora que pouca gente conhece, infelizmente, trata-se de uma história de superação. Entre os anos de 1950 e 1960 Carolina Maria de Jesus, que era semi analfabeta e catadora de papel, foi para São Paulo para tentar melhores condições de vida, onde também trabalhou como empregada doméstica. Mas dentro dela sempre existiu o sonho de ser uma escritora, mesmo sem ter muito o domínio com as palavras. Até que um dia, o jornalista, que ainda é vivo, Aldário Dantas, conheceu pelo acaso do destino, alguns diários que ela escrevia, onde falava sobre política, sobre dilemas da vida e diversos outros assuntos, comenta empolgada.
Maria Gal conta também que depois que a então empregada doméstica teve os seus textos descobertos pelo jornalista, virando tema de uma reportagem, houve uma grande repercurssão na sociedade da época, o que também chamou a atenção de uma editora, que em 1960 lançou o primeiro livro da agora escritora entitulado Quarto de despejo, que virou um sucesso de vendas, se tornando um best seller, sendo traduzido para mais de 40 países e em 13 idiomas.
Imagina você naquela época, uma mulher semi analfabeta ex-catadora de papel que sonhava em ser escritora e que de repente se transforma em dos maiores fenômenos literários do país, sem dúvida essa é uma história de superação e que vai emocionar e muito as pessoas do Brasil e do mundo,comenta.
Agora a atriz e produtora enfrenta um novo desafio, que é conseguir empresas para que venham a patrocinar o filme. A Lei do Audiovisual (8.685/93) é um mecanismo de apoio indireto a projetos audiovisuais. Ela é um "apoio indireto" porque se dá através de incentivo fiscal. Ou seja, permite que contribuintes (pessoas físicas e jurídicas) tenham abatimento ou isenção de tributos, desde que direcionem recursos a projetos audiovisuais aprovados na Ancine.
Conseguimos a nossa aprovação, agora é captar esses recursos. Em Niteroi estamos tendo a parceria da prefeitura, que está nos apoiando e da Emo Vision, a nossa distribuidora, que possui um espaço maravilhoso que é o Reserva Cultural. Estamos iniciando a captação de recursos via lei de incentivos.A direção do filme é do Rogério Gomes, que está na direção da novela da Rede Globo A força do querer e estarei também atuando nesta obra, conta Maria Gal.
Atriz
Maria Gal nasceu em Salvador e é atriz há mais de 10 anos. Atuou nos espetáculos Sonho de uma Noite de Verão, Cabaré da Raça, Fausto Zero, Os Iks, Ensaio sobre Carolina, O Cravo e a Rosa, dentre inúmeros outros, e Anjo Negro + A Missão e Os Sertões, estes dois últimos apresentados no Teatro Volsksbhuene, na Alemanha.
Em 2017 ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Madrid International Festival pelo filme A Carga de Aline Rezende. Gravou a série de TV Sob Pressão (Rede Globo), e ainda este ano estreará no filme Dona Flor e seus Dois Maridos, contracenando com os atores Juliana Paes e Leandro Hassum.
Em 2016 e 2017 atuou no espetáculo A Comédia Latino-Americana, dirigido pelo premiado Felipe Hirsh, que teve temporada em São Paulo e apresentação em festival de Lisboa, Portugal. Pelo NETFLIX, atuou na série 3%, dirigida por César Charlone, e exibida em 192 países esta é primeira série brasileira produzida pela NETFLIX. Está no telefilme A Felicidade de Margot, de Maurício Eça , Entre o Céu e a Terra, série exibida nos países de língua portuguesa, e, ainda, Stella Models, de Samir Abujamra, ao ar no Canal Brasil.
No cinema, além de atuação em curtas e longas-metragens, Maria Gal participou de novelas na Rede Globo e no SBT. No cinema fez também Carandiru, Carandiru e Outras Histórias, Amor em 4 Atos, DOR (curta com que ganhou o prêmio de melhor atriz) e A Carga ( onde teve indicação de melhor atriz). Já na televisão, atou em Carrossel, Gabriela, Joia Rara (Prêmio EMMY), Conselho Tutelar (Record e UNIVERSAL, Santo Forte (AXN), dentre outros.