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"Atos foram legítimos" afirma parlamentar bolsonarista
"Atos foram legítimos" afirma parlamentar bolsonarista
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Por: A Tribuna Data da Publicação: 11 de janeiro de 2023FacebookTwitterInstagram

Carlos Jordy e Douglas Gomes apresentaram versões diferentes sobre ataques

Fotos: Reprodução/Redes sociais

Políticos de cidades como Niterói e São Gonçalo alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), divergiram sobre as manifestações antidemocráticas bolsonaristas que causaram depredação em prédios públicos de Brasília, no último domingo (8). O deputado federal Carlos Jordy (PL) classificou os atos como legítimos. Já o vereador de Niterói Douglas Gomes (PL) se posicionou contra as depredações.

Jordy defende a narrativa que tem sido espalhada por bolsonaristas nas redes sociais de que as destruições os prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto teriam sido causadas por "militantes de esquerda infiltrados". Cabe ressaltar que a teoria é inteiramente rechaçada pelas investigações da Polícia Federal (PF).

“No domingo tudo estava ocorrendo como sempre ocorreu, de forma pacifica e ordeira. Mas havia infiltrados que usaram um modus operandi que todos já conhecemos. O modus operandi da esquerda, praticado por MST, MTST, Black Blocs, que acabaram gerando todo esse ocorrido lamentável, que só prejudicou as manifestações que ocorreram com ordem e com paz”, disse o deputado.

O deputado, no entanto, afirmou que os supostos militantes pacíficos teriam “entrado na pilha” dos infiltrados para provocar as depredações. De acordo com Carlos Jordy, as ações foram motivadas por uma possível "indignação da população" com o sistema eleitoral. O parlamentar ainda criticou o ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

O ex-candidato a deputado Renan Leal

“Eu acho que toda manifestação é legítima. Manifestações fruto da indignação da população com toda a falta de transparência, interferência do judiciário no processo eleitoral, autoritarismo praticado pelo STF, sobretudo pelo Alexandre de Moraes. Uma ditadura do judiciário que tem se instalado no país. Um ou outro de direita pode ter caído nessa pilha, mas sabemos que quem gerou esse caos foram os infiltrados”, completou.

Correligionário de Jordy, o vereador Douglas Gomes se posicionou de forma contrária às depredações ocorridas em Brasília. Ele recordou que apresentou, em 2021, um Projeto de Lei em Niterói para reprimir a prática. O parlamentar ainda criticou partidos e políticos alinhados à esquerda, que teriam se posicionado contra sua proposta.

O vereador niteroiense Douglas Gomes

“Meu posicionamento continua o mesmo de quando apresentei o PL 271/2021, que previa o aumento, para R$ 10 mil, da multa para quem depredasse patrimônio público, o valor hoje é de R$ 810,30”, pontuou.

“Na época, os partidos PT, PSOL, PDT e PCdoB foram contra, totalizando 11 votos contra o meu projeto. Hoje, as mesmas figuras que votaram contra a minha proposta, agem como hipócritas, de forma seletiva, se opondo ao que aconteceu em Brasília. Qualquer depredação, de minha parte, será repudiada”, prosseguiu.

O ex-candidato à Prefeitura de São Gonçalo, Ricardo Pericar (PL), tem uma opinião semelhante à de Jordy. Para o político, eleito suplente de deputado federal nas Eleições de 2022, há indícios da participação de “infiltrados”. Pericar afirmou ter chegado a essa conclusão através de informações que recebeu por meio das redes sociais.

Ex-candidato a prefeito Ricardo Pericar

“São 70 dias que a direita participou de manifestação. Uma manifestação muito familiar, com senhoras, crianças, família completa. Houve um excesso e ainda há uma dúvida, com a grande possibilidade de infiltrados para caracterizar violência e possibilitar o presidente a decretar intervenção federal. Todo o material que chegou até mim pelas redes sociais, dão conta de que houve a participação de infiltrados. Nenhuma manifestação seria necessária se fosse entregue o que a maioria deseja, que o TSE desse vistas ao Exército do código-fonte para haver transparência nas eleições”, relatou.

Em relação à afirmação de Pericar sobre o código-fonte das urnas eletrônicas, o TSE afirma que o código-fonte que dá os comandos para o sistema eletrônico de votação esteve aberto durante um ano para inspeção de todas as entidades legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral. O tempo de análise foi ampliado de seis para 12 meses e teve início com a abertura do Ciclo de Transparência Democrática, em solenidade realizada no dia 4 de outubro de 2021.

No dia 1º de agosto de 2022, o TSE recebeu um pedido de inspeção feito pelas Forças Armadas, que foi prontamente atendido. A Corte recebeu representantes das Forças Armadas em duas ocasiões: a primeira foi no dia 3 de agosto, quando técnicos da instituição assistiram a palestras sobre a votação eletrônica e iniciaram a inspeção. Na semana do dia 12 de agosto, pessoas indicadas pela entidade voltaram ao TSE para analisar o código-fonte e obter mais informações sobre a composição física e o funcionamento da urna.

Ex-candidato a vereador de Niterói e eleito suplente de deputado estadual em 2022, Renan Leal, irmão do deputado Carlos Jordy, também defendeu que tenha havido a presença de “infiltrados”. O político também tentou atribuir a responsabilidade do quebra-quebra a movimentos de esquerda, fato que sequer foi considerado, até o momento, pelas investigações relacionadas ao caso.

“Historicamente, do que a gente conhece de movimentos da direita, todos são pacíficos e ordeiros. Seguem a legalidade e transparência. Em contraponto, os movimentos de esquerda historicamente terroristas e se pautam por depredar e agredir. O que a gente tem, sem dúvida, é a percepção de que lideranças de esquerda se infiltraram nos movimentos de patriotas, pessoas de bem, idosos e crianças que reivindicam por liberdade de expressão e princípios fundamentais da constituição”, analisou.

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