Desde as primeiras horas da manhã de ontem agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) passaram a investigar as circunstâncias do assassinato de Valdenir da Silva Ramalho, de 37 anos, conhecido como Tazinho ou TZ, apontado como líder dos pontos de venda de drogas nas comunidades da Viradouro, no Complexo de Santa Rosa, Preventório (Charitas) e Cantagalo (Pendotiba), todas na Zona Sul de Niterói. Policiais civis e militares apuram a versão de que o crime sinalizaria um racha interno na facção criminosa Comando Vermelho (CV), o que pode gerar uma guerra pelo controle do tráfico em várias comunidades da região.
Segundo informações, na madrugada desta segunda-feira, Tazinho estaria num baile funk na comunidade da Viradouro e foi atacado a tiros quando deixava o local. Depois de socorrido, TZ foi levado para um posto de Saúde no Largo da Batalha, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Na manhã de ontem, o subcomandante do 12º BPM, tenente-coronel Fábio Marçal, afirmou que as polícias Civil e Militar estariam apurando a veracidade de informações, dando conta que Tazinho teria sido morto por ordem da cúpula da própria facção que ele integraria. Os motivos ainda são desconhecidos. Ele afirmou ainda que o patrulhamento nas comunidades que integram o Complexo de Santa Rosa estão intensificados para prevenir um confronto entre criminosos que, com a morte de TZ, podem ocorrer até entre integrantes da mesma facção.
A tensão nas comunidades da Zona Sul da cidade ocorre cerca de uma semana depois de um outro confronto entre criminosos rivais, desta vez na Zona Norte de Niterói, quando bandidos das facções TCP e ADA se enfrentaram nas comunidades do Boa Vista (no bairro São Lourenço) e Santo Cristo (no Fonseca). No caso de Tazinho, havia uma recompensa de R$ 5 mil para quem tivesse informações que levassem a sua captura. No fim do ano passado, segundo a Justiça, Valdenir já respondia por homicídio, organização criminosa e tráfico de drogas, além da prática de roubos. A Delegacia de Homicídios (DH/Capital) conseguiu identificar TZ e seu filho, Victor de Abreu Ramalho, o Vitinho ou VT, de 19 anos, como sendo os assassinos do sargento da PM Fábio Alexandre Eufrázio Silva, de 45 anos, que era lotado no 22º BPM (Maré). De acordo com investigações, o crime ocorreu na madrugada do último dia 18 de dezembro, na Avenida dos Democráticos, em Manguinhos, Zona Norte do Rio. O policial realizava um patrulhamento pela região, ao lado de um companheiro de corporação, quando um outro veículo, modelo Cobalt, se aproximou da viatura onde estavam os policiais. O primeiro a descer do carro foi Edgard Gomes, conhecido como Cajá, que já se encontra preso. Em seguida, ao tentar abrir a porta da viatura para desembarcar, o sargento foi atacado a tiros, sendo alvejado com 19 disparos, curta distância. Fábio morreu no local.
Na investigação, foi apurado o envolvimento dos acusados, que também eram procurados pela polícia de Niterói. Em agosto de 2016, por exemplo, agentes da 79ª DP (Jurujuba), com apoio de outras delegacias de Niterói, São Gonçalo e Região dos Lagos, deflagraram a Operação Catamarã, na qual um dos alvos também era TZ. Segundo os agentes, além de tráfico os criminosos estavam envolvidos em ocorrências de assaltos no bairro de São Francisco.