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Luiz Antonio Mello
O Rio, que já foi cidade maravilhosa, do mar, da praia, do samba, da Lapa, do Amarelinho, das mulheres lindas livres e suas bundas acachapantes; o Rio dos piadistas, dos poetas, dos bêbados, dos equilibristas, do batedor de carteiras, de Madame Satã, do Pasquim, Zé Carioca, enfim, é com muito pesar que constatamos que esse Rio foi cremado vivo. Foi uma longa e triste agonia pública.
O Rio de hoje sedia o narcotráfico, a milícia (ambos estão se unindo), e, com exceções diga-se, a escória da política, do judiciário, da polícia e, o mais grave, a escória do eleitor. O eleitor do Rio é cúmplice número um pelo genocídio da cidade.
Amargo, rancoroso, doente, reclamão, cuspindo bílis, o Rio ser tornou um zumbi perambulando, escorraçado por todas as cidades brasileiras. Hoje, dizer que é do Rio significa fechar as portas porque virou terra de bandido. Como a Medelín de Pablo Escobar nos anos 1980.
Centenas e mais centenas de empresas fecharam as portas no Rio porque os governos achacam, os impostos são insanos, a insegurança jurídica é boçal e, em muitos casos, o percentual para a narcomilícia no fim do mês é obrigatório.
Rio virou roubada. Ninguém investe. Só se pensa em rota de fuga, só se vê empresa fechando e partindo para cidades mais dignas e honradas. E quando se pensava em fundo do poço, o pior e mais venal prefeito da história da cidade desde a sua fundação, em 1565, Marcelo Crivella (apoiado pelo presidente Bolsonaro), está com inacreditáveis 13% de preferência do eleitorado. É muita coisa. Eduardo Paes lidera com 28% e, em terceiro, também com 13% vem a delegada Martha Rocha.
Marcelo Crivella, destruiu a Linha Amarela. Sangrado coração, alma de bandido, cercado de milicianos chamados de guardiões, ele mandou tratores derrubarem as cancelas do pedágio da Linha Amarela, ganhou na justiça e encampou a via. Hoje, milhares de usuários estão na mão porque, sem pedágio, nas mãos de um governo venal, os serviços de reboque, socorro, etc foram reduzidos a quase zero. Próximo passo é buraqueira, invasão, arrastões.
No Rio cidade e no Rio estado não há nada que não possa piorar. Leio agora (sexta-feira, 23 de outubro) na página principal do site desta A Tribuna RJ a manchete que me fez gelar: Estado deve interromper contrato com a concessionária CCR e assumir a Via Lagos.
Se acontecer, significa que a estrada que é modelo de conservação, segurança, prestação de socorro e serviços, vai virar uma RJ 104, ou 106, picadas que são padrões de esculacho, falta de respeito, buraqueira, ausência de sinalização, banditismo agindo 24 horas por dia. Ou seja, caro leitor que tem imóveis na Região dos Lagos. Fique atento ao noticiário. Se a Rio Lagos for para o saco (virar estatal) venda tudo.
Os candidatos a prefeito do Rio seguem o figurino decadente da cidade. Eduardo Paes lidera a pesquisa do Datafolha (de quinta-feira) com 28%. Crivella está em segundo (!!!!) com 13, empatado com Martha Rocha, também com 13%.
Eduardo Paes fez dois bons governos, mas por onde anda arrasta esqueletos de Sergio Cabral e muitas acusações de ilícitos. Crivella, bandido, miliciano, proprietário (com dinheiro público) dos guardiões além de apoiado (por trás da persiana) por Bolsonaro & família é sobrinho do aiatolá bispo Macedo, o homem mais poderoso do Brasil, dono da igreja universal e muitos outros empreendimentos ligados ao comércio da fé.
Martha Rocha não tem nas costas nenhuma denúncia de corrupção, mas é mais uma moralista que, como Crivella, acha que o Rio não pode ser malandro, gostar de samba, de mulheres, de cerveja. Potencial adepta daquela visão do carioca celestial, andando de bata, dizendo cruz credo, mas assaltando, matando, estuprando. A sua logomarca é um distintivo da polícia já que ela foi chefe de polícia do governo Sergio Cabral. O problema não está aí, mas no fato dos índices de criminalidade em sua gestão não terem baixado e, em muitos casos, terem subido.
Definitivamente esse Rio não merece o outro, aquele que chamaram de cidade maravilhosa.