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Apuração da PF aponta uso de documentos falsos e "lavagem" de produtos florestais por Ricardo Salles
Apuração da PF aponta uso de documentos falsos e "lavagem" de produtos florestais por Ricardo Salles
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Por: A Tribuna Data da Publicação: 20 de julho de 2021FacebookTwitterInstagram

Operação Akuanduba apura suposta exportação ilegal envolvendo o ex-ministro do meio ambiente, Ibama e empresários

A Polícia Federal divulgou, na terça-feira (20), que uma perícia feita por agentes da Operação Akuanduba reforçou os indícios de um suposto esquema de exportação ilegal de madeira. A PF aponta a possibilidade de uso de documentos falsos pelo grupo. Entre os alvos da denúncia está o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles

De acordo com os investigadores, os elementos indicam a ocorrência de uma uma tentativa de "legalizar" materiais extraídos de forma ilegal com a utilização de documentos expedidos oito meses após a exploração das áreas.

Além disso, a investigação fala sobre um possível esquema de corrupção envolvendo agentes brasileiros e particulares do Brasil e dos Estados Unidos para legalizar madeiras brasileiras, de origem ilegal, retidas em portos norte-americanos.

O delegado responsável pela investigação, Franco Perazzoni, afirmou que a análise criminal “demonstrou que a origem dos produtos florestais que foram exportados por meio do contêiner TCNU7091944 apresentou DOFs [Documento de Origem Florestal] emitidos mais de oito meses após o final dos sinais de exploração florestal detectados em imagens de satélite”.

A perícia criminal foi feita a partir de informações levantadas pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos da América, órgão que tem equivalência ao Ibama.

Em maio, Salles, o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, e mais nove ocupantes de cargos de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente foram alvo de operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Mas como Ricardo Salles deixou o Ministério do Meio Ambiente no mês seguinte, perdeu o foro privilegiado que levou a apuração a tramitar no Supremo Tribunal Federal.

O grupo é investigado por crimes contra a administração pública como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação ao contrabando.

De acordo com as investigações, esse esquema seria operado por esses funcionários públicos e empresários do ramo madeireiro.

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