Wellington Serrano
O resultado da licitação para a escolha da empresa que vai concluir as obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Comperj, em Itaboraí será anunciado no próximo mês. Das 34 empresas estrangeiras convidadas para participarem do certame, apenas quatro apresentaram propostas com as certificações exigidas: Toyo, Fluor, Cobra e Kervi.
O preço básico que a Petrobras estabeleceu é de R$ 2 bilhões, mas este valor deverá passar um pouco disso, segundo analistas. A UPGN seria a única obra prevista para o Plano de Investimentos 2015-2019 da Petrobras, mas outras duas unidades que funcionam obrigatoriamente integradas, deverão também ser terminadas, assim como a interligação entre elas.
Esta licitação foi revelada por uma reportagem do Petronotícias, no dia 10 de janeiro deste ano. A informação confirmada deu lugar a um debate intenso sobre a participação das empresas brasileiras, que ficaram de fora da concorrência por não terem sido convidadas. Pouco mais de um mês depois, Pedro Parente, presidente da Petrobras, garantiu aos prefeitos das cidades do entorno da refinaria que a obra iria acontecer. Mas tudo voltou à estaca zero. Ampliou-se o leque das companhias internacionais convidadas, com os convites para a Toyo, do Japão, e as espanholas Cobra e Duro Felgueira.
Segundo especialistas do setor, se vencerem, muito provavelmente, as novas empresas terão que se associar às nacionais. Todas elas classificadas e que apresentaram propostas são fortes e conhecidas no mercado internacional. Algumas já fizeram obras para a Petrobras. O valor que apresentarão no orçamento deve passar do limite estabelecido pela estatal de R$ 2 bilhões para concluir a unidade.
Esse valor foi questionado por engenheiros que conhecem a obra e sabem do que ainda precisa ser feito até a conclusão. Por isso, é grande a possibilidade da estatal estar enfrentando pressão para que ele seja aumentado. Há pouco mais de dois anos, a Petrobras suspendeu preventivamente 27 das grandes empreiteiras brasileiras em função das denúncias da Operação Lava Jato. Eram as únicas empresas brasileiras capacitadas com atestados para construir uma unidade desta envergadura. Recentemente, liberou a Andrade Gutierrez, mas não havia tempo suficiente para a empresa brasileira participar deste certame.