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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta uma tendência de alta em quase todos os mercados da Região Sudeste, e alguns itens popularmente mais baratos, agora ganharam novas precificações. O conhecido sacolão, ou estabelecimentos que vendem frutas, legumes e hortaliças está com preços nas alturas. Maça teve alta de 7,57%, a cebola teve alta de 8,44% e a alface atingiu os 23,74% de aumento. Os consumidores reclamam dos preços e se adaptam para conseguir economizar nas compras e os especialistas explicam o os motivos dos aumentos.
O aumento no preço da alface se explica, pela Conab, em relação as chuvas na Região Sudeste e o déficit hídrico na Região Sul, que segundo nota, houve predominantemente alta de preços. Com demanda em alta pela normalidade dos serviços de alimentação e volta às aulas em fevereiro, a tendência é de continuidade de alta de preços. Já o aumento da cebola se deu pela menor disponibilidade no mercado em relação a dezembro de 2021, que exerceu pressão sobre os preços. E a maça teve alta nos preços pela queda da oferta, porém, quando começar a colheita da nova safra de maçã gala em meados de fevereiro os preços podem cair novamente.
De acordo com a Conab, no Rio de Janeiro, a alface fechou o mês de janeiro com preço médio de R$ 3,60 uma alta de 23,74% no comparativo entre dezembro de 2021 com janeiro de 2022. A cebola fechou com quilo de R$ 2,75 (alta de 8,44%) e o tomate R$ 4,58 ou queda de 9,64%. No Rio de Janeiro a banana teve alta de apenas 0,69% com o quilo sendo vendido por R$ 4,35. Outra alta que foi inexpressiva foi a laranja com aumento de 0,198% sendo o preço médio R$ 1,96. A maça teve alta 7,57% sendo vendida a R$ 5,26 o quilo. Já o mamão teve baixa no preço de 5,60% sendo comercializado por R$ 3,71.
CONSUMIDORES MUDAM OS HÁBITOS
A psicóloga Luana Ramos, 35 anos, esteve ontem em um mercado da Região Oceânica, onde mora, e gastou R$ 100 em feira, comprando um pouco de frutas e legumes da promoção. Estamos vivendo um momento em que estou comprando de acordo com a demanda do preço e da qualidade. Eu me adapto ao que está com um preço bom e geralmente aos produtos sazonais. Eu também acompanho os dias de promoção. Sei que toda terça-feira é o dia da promoção de feirinha e é como eu faço. Me adapto ao que está com preço mais em conta, explicou.
PESQUISA E FUTURO
A TRIBUNA fez uma pesquisa de preço de quatro itens considerados básicos e que sempre foram baratos nos mercados. Alface crespa, cebola, maça gala e banana prata. A alface foi encontrado por R$ 3,98 em um estabelecimento em Icaraí enquanto no Barreto foi o lugar mais em conta, onde a hortaliça é vendida por R$ 1,99, ou 100% mais em conta. No Centro de Niterói a cebola é vendida por R$ 5,99 o quilo, contra R$ 3,99 em Camboinhas, na Região Oceânica; a maça gala em Icaraí é comercializada por R$ 11,98 enquanto o mesmo tipo é encontrado por R$ 4,99 no Centro. A banana prata no Barreto, na Zona Norte, é vendida por R$ 5,99 contra R$ 7,99 em Camboinhas e no Centro, por exemplo.
De acordo com o boletim da Conab, para fevereiro estão previstos volumes de chuva mais equilibrados, porém os preços podem ficar ainda altos porque é necessário um período para a recuperação das roças afetadas e implementação de novas áreas. O retorno às aulas presenciais, em fevereiro, em praticamente todos os estados, e a normalidade de funcionamento dos serviços de alimentação (bares, restaurantes) devem provocar um aumento na demanda.
ESPECIALISTAS COMENTAM ALTAS
Para Felipe Arantes, mestre em Negócios Internacionais, alguns fatores influenciam um aumento maior na mesa do brasileiro. Fatores esse como a inflação, que aumentou o custo de tudo o que consumimos; a valorização do dólar, que permeia os valores dos alimentos uma vez que eles fazem parte de uma cadeia internacional; o aumento do custo de commodities, produtos de origem agropecuária ou mineral pouco ou nada industrializados como os próprios alimentos e até mesmo os combustíveis; além de uma crise climática que afeta diretamente nas nossas plantações e criações de animais, gerando uma redução de oferta para o mesmo tamanho de demanda, contou.
As questões climáticas severas e as chuvas afetam alguns tipos de cultivos e o economista e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), Gilberto Braga, comentou essas alterações. Hortifrutigranjeiro são fortemente atingidos pelas chuvas, pela deterioração das estradas que escoam essa produção das áreas de cultivo. A sugestão é pesquisa de preço e buscar promoções. Quem tem disponibilidade pode pesquisar desde que possa comprar os produtos mais baratos em diferentes locais, consegue economizar. Além disso buscar produtos de safra que têm preços menores, finalizou.