Aline Balbino
O preço dos alimentos continuam caindo gradativamente. Entre os alimentos que apresentaram queda e contribuíram para conter a taxa, destacam-se: batata-inglesa (-14,49%), cebola (-12,30%), feijão-carioca (-6,05%), hortaliças (-6,03%) e leite longa vida (-4,14%). Quanto aos alimentos em alta, o destaque foi o item frutas (4,01%), que gerou o impacto mais elevado sobre o índice do mês (0,04 p.p.). Em alguns sacolões, clientes e funcionários acreditam em outros produtos que apresentaram queda. Rodrigo Antônio da Silva, gerente do sacolão Niterói Fruit, afirmou que chuchu e tomate também sofreram queda.
Notamos que até mesmo o número de clientes cresceu. Agora temos mais clientes que antes porque a crise mudou muita coisa. Temos o diferencial de produtos fresquinhos. Aqui é mais caro, mas temos produtos de qualidade, disse Rodrigo.
O aposentado João Oliveira, 72 anos, adotou um método muito comum em tempos de crise e preços altos. Ele passou a comprar o suficiente para, no máximo, dois dias. A dica é: comeu, comprou. Nada de estragar comida.
A ideia legal é comer e depois comprar de novo. Nesses tempos não se pode estragar nada. A falta de dinheiro causada pela crise me forçou a fazer certas economias. Não parei de consumir nada, apenas aprendi a comprar menos, disse.
Segundo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística o grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela desaceleração do IPCA-15 no mês, ao passar da alta de 0,78% em agosto para uma queda (-0,01%) em setembro. Embora o feijão-carioca também tenha apresentado redução de preço, não está fácil encontrar o produto nas prateleiras. Em dois grandes mercados no Centro de Niterói, não havia o alimento.