Assinante
Entrar
Cadastre-se
Três homens detidos suspeitos de assassinar o imigrante congolês Moise Mugenyl Kabagambe tiveram a prisão confirmada pela Justiça. A juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do Plantão Judiciário da capital, decretou nesta quarta-feira (2) a prisão de Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta; e Fábio Pirineus da Silva, o Belo, pela participação no crime.
Moïse foi vítima de espancamento, no último dia 24 de janeiro, em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Eles foram identificados após o depoimento de testemunhas que presenciaram o espancamento a pedaços de pau.
A vítima ainda teria sido amarrada com uma corda por um dos indiciados. A juíza Isabel Teresa Coelho Diniz diz que, de acordo com o exposto apresentado pelo Ministério Público, as investigações policiais apontam a autoria delitiva na direção dos indiciados. No entanto, ressalva ser necessária a realização de diligências para a elucidação dos fatos.
Contudo, ainda existem diligências e atos investigativos a serem realizados a fim de que os fatos sejam melhor elucidados. A prisão temporária é espécie de medida cautelar que visa assegurar a eficácia das investigações para, posteriormente, possibilitar o fornecimento de justa causa para a instauração de um processo penal. Não se trata de prisão preventiva, obedecendo a hipóteses diversas, sendo uma espécie de prisão cautelar ainda mais restrita, afirmou a magistrada na decisão.
A reportagem de A TRIBUNA não conseguiu localizar a defesa dos citados. O espaço permanece aberto caso queiram se manifestar.
Niterói acolhe congoleses
A cidade de Niterói possui cerca de 2 mil refugiados políticos, sendo boa parte deles oriundos do Congo. A revelação foi feita pelo secretário Municipal de Direitos Humanos, Raphael Costa durante entrevista ao jornal A TRIBUNA, em janeiro. O órgão acompanha esses imigrantes, cuja situação é a mesma de Moïse. O Núcleo de refugiados do órgão ganhou nome em homenagem a Moïse Kabagambe
A memória de Moïse não pode cair no esquecimento, para que casos com esse não se repitam e nem fiquem impunes. Xenofobia e racismo matam. O assassinato cruel do Moïse confirma a importância de políticas públicas de atendimento a refugiados. Por isso criamos, em novembro do ano passado, o Núcleo, que agora será nomeado homenageando o jovem congolês Moïse, afirmou Raphael Costa
Quem era Moïse
Moïse Kabagambe morava no Brasil desde 2014. Ele estava no país na condição de refugiado político, após deixar seu país natal, o Congo, na África, devido à guerra pela qual o lugar passava, além das precárias condições de vida. O corpo do jovem foi sepultado no último domingo (30), no Cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro, sob forte comoção e protestos.
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Moïse teria se desentendido com o gerente do onde trabalhava, ao cobrar pelos serviços prestados. O homem teria chamado pelo menos outras quatro pessoas que começaram a espancar a vítima. O imigrante teria sido agredido com um taco de beisebol e amarrado.