Pedro Conforte -
Temos até sexta (28) para pagar a conta de luz, senão a energia será cortada aqui no Abrigo [Cristo Redentor], afirmou Carlos André Ávila, gerente operacional voluntário do abrigo, que atende 149 idosos em São Gonçalo. O local vem passando por dificuldades financeiras desde o final de 2015, quando segundo a direção o Governo do Estado parou de repassar a verba mensal. A dívida já chega a R$ 1 milhão. Por conta disso, o Abrigo acumula contas, inclusive com a Receita Federal, que bloqueou os bens da instituição, e com a Ampla, que pode acarretar o corte do fornecimento de energia.
Segundo Carlos André, o Governo alega que não há mais contrato com a instituição desde maio do ano passado, porém os 53 idosos que são financiados pelo Estado continuam no Abrigo. Nossa intenção não é que eles saiam daqui, uma vez que já estão acostumados com o local, mas que o Estado quite a dívida que tem. Como iriámos renovar um contrato com alguém que está devendo? Queríamos uma garantia de que o Governo iria pagar o que deve, mas não foi isso que aconteceu, explicou o gerente.
Com a dívida e o buraco na Receita, em torno de R$ 540 mil, o Abrigo vem se sustentado como pode. Além disso deve quase R$ 30 mil à concessionária de energia e há funcionários que estão sem receber desde fevereiro, mas continuam trabalhando para não deixar os idosos na mão. Apesar das dificuldades financeiras, os corredores do local ainda abrigam os idosos que não têm para onde ir.
Nesta sexta vence o aviso de corte da luz. Com o bloqueio das contas por conta da dívida com a Receita, não podemos pagar a Ampla. Vamos recorrer para refinanciar a dívida (em 120 vezes), mas caso o Estado não pague, iremos cair no mesmo problema mais para frente, esclareceu Carlos.
Até o fechamento desta edição, a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos não se pronunciou a respeito da dívida com o Abrigo Cristo Redentor nem sobre uma possível realocação dos idosos.