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Camila Galeano e Alan Bittencourt
Concorrendo a um cargo público pela primeira vez, o candidato a prefeito de Niterói Deuler da Rocha (PSL), de 57 anos, afirma que quer retribuir tudo o que o município lhe proporcionou. Delegado da Polícia Federal, Deuler afirmou na segunda-feira (19), na primeira entrevista dos candidatos a prefeito que A TRIBUNA promove, que foi procurado por seu partido por suas características de gestor. Uma das promessas de campanha é projeto de mobilidade urbana, que, segundo ele, vai reduzir o tempo no trânsito e, de quebra, ajudar a alavancar o turismo na cidade.
A TRIBUNA - Candidato, em Niterói o deputado Carlos Jordy se colocou como filhote do presidente Jair Bolsonaro e ganhou a eleição, e permanece no PSL mesmo após a saída do presidente do partido. Há uma conversa entre o teu grupo e o dele?
Deuler da Rocha - Não participo do apequenamento do debate em nenhuma circunstância. O que aconteceu na pré campanha, na minha percepção de gestor, foi um apequenamento e eu não entrei nesse debate. Eu tinha projeto de Segurança. Eu tinha que colher projetos adicionais ao meu programa. E colhi um dos melhores projeto de mobilidade para a cidade, um dos maiores problemas da cidade. Não podia mergulhar em duas tarefas: a que não gosto na política que é a de acusações e debates infrutíferos, e outa, que levei adiante, de construir um projeto e segui colhendo com a sociedade quais eram os peblemas e as soluções que a sociedade nos ofereceu. Eu trago uma lição antiga. Eu via uns trechos de Niterói se rompendo, caindo. Partes de morro na Boa Viagem , na lateral do Morro do estado. Eram problemas crônicos que foram vencidos pelos projetos dos entendedores profundos após ouvirem os populares que estavam sofrendo com os problemas. A dedução que trago dessa época é que esses problemas só são resolvidos quando você une o técnico e a pessa que está na ponta, que conhece o lado que a água entra, o lado que o sol bate, onde a criança cai. Então tudo isso foi levado em conta pela gente. Dentro de uma ideia como essa eu não guardei tempo para debater nem debaterei aquilo que eu chamo de baixa política. É uma política que não faço. Sou gestor. Estou em disputa de um cargo a prefeito. Se a sociedade entender que estou capacitado pro seu exercício, será da maneira mais simples como sempre foi Agora, eu tenho a noção que deniminado um político. essas pessoas apareciam pouco nos meus pensamentos antes do meu ingresso na política. O fato é que o culto à personalidade, desde sempre, não transforma ninguém em melhor ou pior, por isso resisto muito ao culto à personalidade e às ideologias também. Costumo dizer, e apanho por isso, que se Karl Max e Adam Smith nascessem no nosso tempo não conseguiriam publicar uma tira no jornal porque o mundo é outro. A gente tem quadro substancial completamente diferente planeta afora. Um dos países mais competitivos no capitalismo é a China, que é comunista. Vivemos uma nova realidade e as denominações têm que mudar, tem que mudar essa ideia de culto à personalidade. Lógico que temos repeito às pessoas que fazem grande grandes feitos ou levam adiante grandes projetos para a sociedade de forma gera, mas isso não pode se transformar em culto e por isso não levo esse padrão de política.
Uma das maiores reclamações da populaçãoo niteroiense é a mobilidade. Hoje, a mobilidade é o principal problema de Niterói? O que pode ser feito para resolver?
É difícil eleger o principal problema porque na população cada um sabe onde aperta o seu calo. Mas julgamos no geral, o mais vísivel. E qualquer turista ou parente nosso que venha nos visitar em Niterói percebe que o trânsito deixa muito a desejar. Isso tem que ser reformulado rapidamente. Sabemos que todas as situações paliativas que estão sendo adotas, ao meu ver, não estão dando resultado. Ninguém tem uma varinha de condão, uma possibilidade mágica de fazer isso. Temos que tentar projetos positivos. Não adianta mais adiar o futuro com base naquilo que já foi feito. Temos que avançar junto com o mundo. A Internet foi uma revolução e hoje nós temos uma nova revolução na mobilidade mundial. Essa revolução guarda relação com a troca de pneus por trilhos, a troca de combustíveis. A eletricidade é uma realidade nos países menores da Europa. Temos que evoluir nessa linha. E é nessa busca de evolução que eu fui lá, conversei muito e encontrei um projeto antigo para Niterói, que tem a capacidade de ser reformulado. Nós buscamos novos técnicos, unimos o novo com o antigo e o engenheiro que formulou esse projeto ainda reside em Niterói, é uma pessoa de aproximadamente 90 anos. Ele foi descoberto, eu não o conhecia. Ele tinha uma pérola nas mãos e nós limpamos a pérola e vamos apresentar um grande projeto para a cidade. Vamos sair do Fonseca e do Barreto simultaneamente, que é o único local que haverá duas vias simultâneas, vamos reunir essas vias aqui na lateral (no Centro). Vamos criar uma passagem, que vai servir ao turismo também, através de trilhos no entorno da cidade. Cada ponto de estação será um ponto de ingresso e um ponto de distribuição de passageiro, esse último significa o seguinte: em cada um daqueles pontos você pega um novo transporte para seguir para a localidade que interessa. Isso diminui indiscutivelmente o cálculo de fluxo de passageiros. Quero deixar regitrado que Niterói sempre se preocupa com o fluxo de veículos, mas tem que alinhar um cálculo do fluxo de veículos com o fluxo de passageiros para que a gente corrija o problema. Eu sou um aprendiz nisso, mas um bom aprendiz e estou levando a eleição a sério. Enfrentei alguns problemas já porque temos pelo caminho uma parcela de território pertencente ao Exército. O coandante não tem ingerência sobre esses aspectos, isso é resolvido numa instância superior, em Brasília. Numa conversa, percebi que isso pode ser benéfico também para o Exército, desde que separemos um vagão para transporte dos militares.
A pandemia do coronavírus trouxe impactos econômicos, não só em Niterói como no mundo inteiro. Em 2021, esses impactos ainda não estarão solucionados. Os programas de estímulo à economia que foram adotados pela atual gestão estão funcionando? Pretende mantê-los?
A pandemia é um mal mundial. A ninguém se atribui, salvo eventualmente uma nação ou outra, a responsabilidade pela ocorrência da pandemia nem por suas consequências. Agora, minimizar as consequências tem um custo que tem uma dupla face: a econômica e a social. Eu julgo de uma extrema temeridade o sujeito, num momento em que a população precisa de um resgate sócio-econômico verdadeiro, trabalhar numa estrutura de pequenos favores, especialmente em um ano de eleição. Não me cheira bem. Não gosto de ver a população refém de coisa alguma. Temos que oferecer condições, já que estamos abrindo a economia. Mas abrir para todos. Em relação ao auxílio, quem deve receber continuará a receber. mas quem efetivamente precisa.
Há a expectativa do Supremo Tribunal Federal decidir pela redução dos valores dos royalties dos municípios. Como você pretende governar caso a redução se confirme?
Com gestão. Temos que apresentar soluções. Se temos um problema não podemos deixar se transformar numa tragédia. Há obras que são repetidas de 6 em 6 meses. É um problema de gestão. Todas vezes que a gestão tiver que apertar, vamos apertar. E falar com a população. Tem que publicar tudo, ser transparente.
Outra grande preocupação da população é o IPTU. O que você pretende fazer em relação a esse imposto?
A primeira coisa que a gente imagina éa redução, mas hámuma barreira legal para a redução, por conta da responsabilidade fiscal. Nos resta trabalhar com oque temos. Temos uma supervalorização dos imóveis, que influencia também no ITBI, que leva a uma arrecadação exagerada, ou maior do que devido. Se a avaliação for feita corretmente, o tributo do ano seguinte serádentro doque o imóvel vale.
A urbanização nas áreas mais carentes do município. Qual o projeto nessa área?
Nenhum tema é uma ilha. A questão habitacional no Brasil não é exclusivo das cidades. O cresimento de favelas não está relacionado a uma desorganização da cidade. Não é só uma questão urbanística. É uma preocupação permente. A questão é de gestão, não deixar que aconteça erros em área de risco e corrigir onde deve ser corrigido.
O senhor vai continuar com o projeto Niterói Presente?
Fiz uma brincadeira que era transformar o Niterói Presente em Niterói Onipresente. Hoje em dia temos tecnologia eficiente. Poderíamos usar a mesma tecnologia de Berlim (na Alemanha), com menos contingente, de forma inteligente. Estudar a melhor distribuição do contingente e do maquinário na cidade. Temos que ter atenção a quem fica atrás do monitor, que é fundamental e tem que ser bem treinado. A manutenção de atenção depois de determinado período é muito mais difícil do que se pensa. Às vezes você tem uma tecnologia de ponta e a falha do homem do monitor é suficiente para causar uma tragédia e por tudo a perder. A cidade funciona por 24 horas. A segurança não pode funcionar menos do que isso.
O senhor é a favor de armar a Guarda Municipal?
Embora seja de interesse municipal, não é nossa decisão. Para armar qualquer homem você tem que dar atribuir responsabilidades a ele. Não interessa se é o indivíduo, se é a Guarda Municipal, Polícia Militar, Civil ou Federal. O uso da arma aliado à responsabilidade não vejo mal algum. Ninguém enfrenta bala de peito aberto.
No índice do último Ideb na Educação Básica Niterói ficou em 5,5, sendo que o ideal é 6,5. Como o senhor pretende resolver essa questão para melhorar o índice? E em relação às creches, o que pode ser feito?
Estamos estudando com as creches e as proximidades com elas de cada comunidade a possibilidade real de oferecimento de vagas em creches. Não só criando uma rede pública como usando a rede privada onde não é possível fazer diferente. Há recursos para isso ainda. Porém, me surgiu uma novidade a terceira idade. Há pessoas que não trabalham por conta dos pais que, muitas vezes, têm incontinência urinária ou sofrem de Mal de Alzaihmer. Temos que criar rapidamente uma alternativa para as pessoas da Terceira Idade. Podemos criar um Centro de Atividade para o Idoso, onde ficaria durante o expediente dos filhos. Já em relação à nota do Ideb, temos que trabalhar também a Cultura, o Esporte e o Ensino Profissionalizante. Não podemos deixar que o jovem de Niterói se perca. Vamos criar estruturas profissionalizantes.
Niterói tem sido elogiada no combate à pandemia. Quais os projetos a população pode esperar do senhor?
Para ter solução para os problemas de saúde passa necessariamente pelo combate à corrupção.
Como pensa em atrair turistas para Niterói?
Temos uma concorrência difícil, que é o Rio de Janeiro. Não devemos em nada beleza em relação ao Rio. Não é multando quem chega aqui que vamos resolver. Isso afasta turista e não vamos admitir mais. O que há de melhor aqui é o niteroiense. Niterói vai dandar bem com o turismo, dentro das medidas exatas, sem querer se equiparar ao Rio de Janeiro. O projeto de mobilidade seráum trampolim para que o turismo seja bem melhor.
Deixe um recado para os eleitores, candidato.
Conhecemos os problemas e as soluções para Niterói, até porque a gente sai para buscar as soluções junto à população. Sou um político estreante, não é um projeto pessoal. Fui chamado pelas minhas características.