Raquel Morais -
Em reunião feita no último dia 29 com o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), foi discutida a real situação da faculdade. O grupo ainda continua em busca de soluções para retomar as atividades, que estão desde janeiro paradas. Apesar dos alunos da graduação não estarem em aula, as pesquisas continuam funcionando nos campi, assim como o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e a Policlínica Piquet Carneiro (PPC). Representantes da Reitoria e do Fórum marcaram para o próximo dia 3 uma nova reunião para saber os rumos da greve.
A interrupção das aulas aconteceu devido atraso de pagamentos por parte do Governo do Estado para empresas que prestam serviços nos campi, como limpeza, coleta de lixo e manutenção, por exemplo. Além disso, os pagamentos das bolsas dos estudantes cotistas (Bolsa Permanência), que beiram os 40% dos alunos da graduação e educação básica, também estão atrasados. Em nota, a Uerj informou que as negociações com as empresas terceirizadas, prestadoras de serviços básicos, avançaram bastante na última semana. Contudo, ainda dependem da regularização dos pagamentos das bolsas dos estudantes cotistas e também da apresentação à universidade de calendário de pagamento de salários e das diversas modalidades de bolsas, que permanecem em atraso.
No campus São Gonçalo, no Patronato, poucos alunos entram nos prédios da faculdade. O estacionamento, que também sempre foi muito disputado, recebe poucos carros. O mato no pátio está alto e nem de longe o cenário lembra os áureos tempos da universidade, com corredores vazios e silêncio. Sinto falta das aulas, dos amigos e da alegria que tinha essa faculdade. Continuo minha pesquisa mas não é a mesma coisa, comentou uma universitária que não se identificou.
Ainda segundo nota da Uerj, discordamos da imposição do Governo do Estado que, sob diversas formas de ameaça, exige que trabalhemos sem as condições mínimas materiais e salariais, devidamente regularizadas, o que nos atinge, de frente, em nossa dignidade.
FAETEC
A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), no Barreto, também anunciou greve na noite do dia 29, mas devido à falta de adesão do corpo docente, as unidades funcionam normalmente. Os professores estaduais reclamam da falta de pagamento e alunos, da falta de almoço e precariedade dos lanches servidos. Os funcionários administrativos também reclamam de falta de material básico para o trabalho.
A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social (SECTDS) informou que os professores da Faetec que têm direito a receber pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) tiveram depositado no dia 27 o pagamento referente ao mês de fevereiro. Ao todo, 2.567 profissionais da Educação Infantil, Ensino fundamental, Ensino Médio Regular e Ensino Médio foram beneficiados pela verba, que antes contemplava apenas professores ligados à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Ainda segundo o informe, uma negociação entre a SECTDS, Seeduc e Secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento tornou viável a extensão do benefício à maioria dos profissionais ligados à educação tecnológica.