Raquel Morais -
Os problemas na RJ-100, que liga Niterói e São Gonçalo, continuam deixando os moradores sem esperança, os motoristas que trafegam pela estrada sem perspectiva de melhora e a esfera pública sem prazo para reparos. O viaduto de Maria Paula também permanece sem conserto, desde 2015.
O tempo passa e as providências para melhorias na importante via parecem ter caído no esquecimento. No início da estrada, em Maria Paula, uma placa enferrujada já marca os problemas. Em frente ao número 241, o ponto de ônibus não tem tapagem e quando chove o barro se transforma numa lama. O acostamento na altura da grande curva está desnivelado com o asfalto. É um perigo se tivermos que jogar rapidamente para o acostamento, com certeza perderíamos a direção. Faço todos os dias essa travessia e a cada dia acho pior, comentou um motorista que preferiu não se identificar.
A placa de "início da pista dupla a 150 metros" está com visibilidade prejudicada pelo mato alto, assim como boa parte da via. A falta de sinalização vertical também é outro agravante. A aposentada Nazaré Bocorni, de 81 anos, revelou graves problemas no ponto de ônibus. O banco está quebrando e as ferragens já estão expostas. Além do matagal que fica atrás do ponto, fiquei sabendo que até cobra já apareceu nos pés dos passageiros enquanto esperavam o coletivo.
A administradora Gerlane Gomes, de 50 anos, é moradora de Maria Paula e prefere aguardar o ônibus fora do abrigo. Mas eu prefiro ficar embaixo da árvore do que embaixo do tapume que está quebrado. Me sinto mais protegida, lamentou a niteroiense.
O viaduto de Maria Paula teve a mureta quebrada após um ônibus despencar no dia 21 de julho de 2015. Após dois anos, até uma árvore já nasceu no local, que continua destruído e nem teve os escombros recolhidos. Na época, o motorista do coletivo 484 (Niterói - Alcântara) perdeu o controle do veículo e caiu, deixando 13 pessoas feridas que foram encaminhadas para os hospitais estaduais Azevedo Lima, no Fonseca, em Niterói, e Alberto Torres, no Colubandê.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), que é responsável pela via, explicou que está tentando levantar recursos para efetuar as melhorias. Por enquanto não há prazo para execução dos serviços de conservação.