O aumento sucessivo do número de casos de conjuntivite em Macaé, é considerado pela Secretaria Municipal de Saúde como surto. De acordo com dados da Secretaria Adjunta de Média e Alta Complexidade, as unidades de emergência do município registram uma média de 150 atendimentos diários. O coordenador de Oftalmologia, o médico Flávio Cesário, alerta que este momento é considerado de pico da doença e a tendência é que o número de atendimentos comecem a diminuir nas próximas semanas.
"Nesta semana, só no Hospital Público de Macaé (HPM), estamos com uma média de 90 atendimentos diários. Até às 15h desta quinta-feira foram registrados 64 casos", afirmou.
O vendedor Carlos Felipe Fidelis procurou a unidade de saúde na quinta-feira com os olhos vermelhos e com muita coceira. "Há dois dias começaram os sintomas e, como alguns colegas do trabalho tiveram a doença, vim procurar o hospital para iniciar o tratamento", disse.
Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Barra, até o início da tarde de quinta-feira, foram registrados 50 casos de conjuntivite em crianças e 15 em adultos. Na UPA Lagomar, o número de casos foi de 20 e no Pronto Socorro do Aeroporto, 22.
A oftalmologista, Deyse Parente, lembra que o cuidado principal é não coçar os olhos e não usar medicação sem prescrição médica. "Outra medida para evitar a contaminação é não compartilhar toalhas de rosto ou objetos de maquiagem", alertou.
O período de transmissão é de até sete dias, por isso é necessário que o paciente evite contato com outras pessoas para não propagar a doença. Normalmente, o tempo de incubação do vírus no organismo leva de um a quatro dias, período em que a pessoa já está passível de transmissão, mas sem sintoma, após esse período de incubação, os primeiros sintomas começam a aparecer e permanecem por até 15 dias.
Conjuntivite viral
A conjuntivite viral é a inflamação da conjuntiva (parte branca do olho) e seu principal agente causador é o adenovírus. A doença é altamente contagiosa, mais frequente no verão e tem como principais sintomas coceira e olho vermelho.
O coordenador de oftalmologia, Flávio Cesário ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, a doença não é transmitida pelo ar, porém, é preciso ter cuidado, pois o vírus está presente em qualquer parte do corpo da pessoa infectada, como rosto ou mãos. Neste caso a recomendação é evitar a presença em locais que possuam alta aglomeração de pessoas.
O principal sintoma da conjuntivite viral é o aumento da secreção dos olhos, que pode ser de cor branca ou amarelada; vermelhidão; coceira e dor na vista, além de coceira e fotofobia, inchaço nas pálpebras, visão embaçada e secreção nasal.