O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), foi preso na manhã desta segunda-feira (10) por uma força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público em uma nova fase da Operação Lava Jato. Além dele o foi preso também Domício Mascarenhas de Andrade, ex-secretário municipal de Obras.
De acordo com o MP, além do prefeito e do ex-secretário, mais dois empresários do ramo de transporte público rodoviário. Eles foram presos acusados de fazer parte de uma organização criminosa envolvida em corrupção ativa e passiva. Todos os envolvidos responderão por peculato e corrução (tanto ativa quanto passiva).
A operação foi deflagrada a partir da delação do ex-dirigente da Fetranspor Marcelo Traça. Segundo o Ministério Público o esquema envolvia o pagamento de propina dos empresários do setor rodoviário para servidores públicos de Niterói. A investigação aponta que de 2014 a este ano, quase R$ 11 milhões foram desviado dos cofres municipais.
O Tribunal de Justiça expediu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra os acusados, que estão sendo cumpridos na manhã de hoje no gabinete do prefeito, nas sede de oito empresas de ônibus, nos escritórios dos consórcios Transoceânico e Transnit e no Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj). A sede foi fechada, funcionários não podem entrar nem sair.
A chamada Operação Alameda, um desdobramento da Operação Lava Jato, é resultado de acordo de colaboração premiada firmado pelo empresário Marcelo Traça com o Ministério Público Federal e do compartilhamento de provas, autorizado pelo Juízo da 7ª Vara Federal.
Ao chegar na Cidade da Polícia, Rodrigo Neves conversou rapidamente com a imprensa, se disse perplexo e que não sabia quais seriam as acusações.
"Se eu não tivesse feito isso, a tarifa de Niterói hoje seria de mais de R$ 4,50, bem superior à tarifa atual. Nós cobramos muito do sistema de transporte e Niterói tem hoje o sistema mais organizado da Região Metropolitana, com quase 90% da frota com ar-condicionado, coisa que não acontece em nenhuma outra cidade do Rio de Janeiro. Nós contratamos uma auditoria da Fundação Getúlio Vargas, independente, para analisar o equilíbrio econômico-financeiro. Ela apontou que as tarifas eram equilibradas e que em 2018 não deveria ter aumento, e não demos aumento. Eu realmente estou perplexo , absolutamente perplexo", concluiu.
Ainda na Cidade da Polícia, o prefeito passou mal e foi atendido pelo deputado federal reeleito Chico D´Ângelo, que também é médico. Segundo ele, Rodrigo teria apresentado um quadro de pressão alta.
*Em atualização*