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Peritos estiveram no terreno após soterramento para investigar acidente
Peritos estiveram no terreno após soterramento para investigar acidente
Foto do autor A Tribuna A Tribuna
Por: A Tribuna Data da Publicação: 11 de janeiro de 2018FacebookTwitterInstagram
Raquel Morais - Após um homem ficar soterrado em uma obra em Icaraí, na última terça-feira (09), a peritos do Posto Regional de Polícia Técnica e Científica de Niterói (PRPTC) estiveram no empreendimento na manhã de quarta (10). Nenhum responsável apareceu no terreno, que estava trancado com uma corrente e um cadeado. O delegado da 77ª DP (Icaraí) foi acionado pela especializada e arrombou o fechamento da obra para perícia. Porém, a Prefeitura de Niterói informou que a Defesa Civil de Niterói "interditou a obra em questão, na Rua Tavares de Macedo, até que os responsáveis apresentem a documentação necessária". O acidente trouxe à tona vários questionamentos como permissões para obra, autorizações para escavações, autorização de algum engenheiro e até mesmo a ausência de placa informativa sobre a intervenção. Essas questões serão investigadas pela esfera civil junto com os laudos técnicos da perícia feita pelos peritos do PRPTC. Ontem o chefe da perícia criminal do posto, Carlos Eduardo Campos, e o perito criminal Luis Alberto Coelho, fizeram essa análise do local, antes da entrada de qualquer outro órgão no terreno de Icaraí. Dentro de alguns dias essa análise será concluída. A equipe de reportagem de A TRIBUNA também esteve em diferentes horários no terreno, e não encontrou nenhum responsável para comentar o caso. Segundo informações de populares que trabalham e passam pela construção diariamente, o terreno tinha um casarão antigo que foi demolido para a construção de uma loja de sapatos de dois andares. Ainda segundo informes os funcionários trabalhavam sem macacões e equipamentos de segurança, sem identificação do nome da empresa para onde trabalham. PONTO DE VISTA TÉCNICO A engenheira civil e de segurança do trabalho, Jane Belém, explicou que em obras onde é preciso fazer escavação, os taludes (cortes no solo) devem ser estáveis a fim de evitar acidentes. “Para isso é fundamental que o terreno tenha um estudo de estabilidade do solo que deve ser feito por um engenheiro ou geólogo, para ver a viabilidade da escavação”, comentou a membro do Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-RJ). A especialista ainda explicou que nas escavações com mais de 1,25 metros o material de construção não pode ser colocado na borda, e deve ser colocado mais da metade da altura que está sendo escavada de distância, regra da NR18 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho). Além dessa legislação a placa informativa que fica exposta na obra, residencial ou comercial, deve obrigatoriamente ser instalada, o que confere uma norma do Conselho Regional de Engenharia (Crea). Equipamentos de segurança coletivo e individual também fazem parte dessas normativas como capacetes, botas, luvas e protetores auriculares. “Todos os profissionais que estão expostos a algum risco têm que ter à disposição equipamentos de proteção”, finalizou Jane. ESTADO DE SAÚDE A direção do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat) informou que o paciente Luciano Mendonça Tavares permanece com estado de saúde estável, até o fechamento dessa edição. O jovem, de apenas 18 anos, ficou ferido após ser soterrado em uma obra em Icaraí. Ele realizava a escavação da área, em seu primeiro dia de trabalho, quando foi surpreendido com um deslizamento de um bloco de concreto que pesa em torno de duas toneladas. Os outros operários que viram o acidente tentaram ajudar o colega de trabalho, tentando retirar a pedra que cobria Luciano, e acionaram o Corpo de Bombeiros. Mais de 30 militares participaram do resgate, que contou até com uma retroescavadeira, e durou cerca de 4h30min. Ele foi atendido em uma ambulância UTI no local depois foi levado para o Heat, em São Gonçalo. A Prefeitura de Niterói também foi questionada se os responsáveis pela obra foram contactados e se as documentações da obra estava corretas, mas até o fechamento dessa edição a administração municipal não se manifestou sobre o assunto.

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