Aline Balbino
Imagine uma criança ou adolescente precisando fazer uma ligação urgente de um orelhão. Lá, ele encontra dezenas de fotos de mulheres e travestis nuas e seminuas. As partes íntimas estão todas à mostra. Comum apenas na cidade do Rio, propagandas sexuais estão sendo exibidas também em Niterói. Diversos orelhões em frente às barcas estão abarrotados de fotos de pessoas peladas. Há números de telefones e até mesmo detalhes sobre as relações sexuais. Alguns usuários lamentam o mau uso dos orelhões. Além de ter que lidar com aparelhos sujos e quebrados, agora é preciso ter paciência para usar um telefone público cheio de pornografia.
Segundo a Oi, como os orelhões da empresa estão instalados em vias e estabelecimentos públicos, sofrem diariamente danos por vandalismo. De janeiro a agosto de 2016, foram danificados por atos de vandalismo, em média, mensalmente, 15% dos orelhões instalados no estado do Rio de Janeiro. Os principais problemas decorrentes do vandalismo são: defeitos em leitora de cartões, monofones e teclado, além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos e nas folhas de instrução de uso, prejudicando o entendimento das orientações pelos usuários.
Em alguns casos, as equipes da empresa consertam e limpam os aparelhos e eles são danificados no mesmo dia. Atos de vandalismo contra orelhões também causam prejuízo à sociedade, já que os danos podem afetar o contato da população com serviços públicos essenciais, como hospitais, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
Eu acho um absurdo, uma falta de respeito. Não somos obrigados a ver isso. Eu acho que a empresa que cuida dos orelhões precisam limpar e consertar sempre. Eu uso pouco, só quando a bateria acaba, mas muita gente ainda usa. Disse a assistente social, Vera Azevedo, 55 anos.
A Oi esclarece ainda que mantém um programa permanente de manutenção de seus telefones públicos e conta com as solicitações de reparo enviadas à companhia pelo canal de atendimento 10331 por consumidores e por entidades públicas. A Oi possui mais de 1,9 mil aparelhos instalados em Niterói.