Raquel Morais -
Agressão. Xingamento. Hostilidade. Assim Luiz Fernando Dias, 51 anos, define seu triste dia a dia. Morador de Santa Rosa o jornalista enfrenta há anos o preconceito que acontece a poucos metros de sua porta, em uma vila onde mora. Vítima de homofobia o niteroiense clama apenas por um direito, e luta diariamente para isso: seja com desabafos na internet, registro na delegacia e pedido de ajuda. A busca e exigência pelo respeito por sua opção sexual.
Desde 2003 que Luiz coleciona registros de ocorrência contra agressões verbais, preconceito e cobrando direitos como a lei do silêncio. Mas a situação ficou insustentável em fevereiro de 2016 quando, no carnaval, os vizinhos fizeram uma festa com música alta até depois das 22h. Na ocasião ele pediu para diminuírem o volume e foi agredido por 10 pessoas da mesma família. Na época ele registrou o caso na 77ºDP (Icaraí), mas segundo ele, o caso foi arquivado.
Agora, quase dois anos depois, mais um desabafo na sua rede social chamou atenção dos amigos de Luiz. Segundo ele, na véspera do Natal, os mesmos vizinhos colocaram caixa de som e ligaram música alta. Fizeram churrasco na calçada com música eletrônica e eles ficaram implicando e como sempre pelo viés homofóbico. Aí comecei a filmar eles e eles me filmaram também. Fui indagar eles e mais uma vez eles foram hostis comigo, me xingaram e me ridicularizaram. Tudo que estou passando é muito pesado, contou emocionado o jornalista que diz ter medo de sair de casa. Tive a informação que meu processo de 2016 foi arquivado, mas fui informado na Defensoria Pública que posso abrir novamente, agora na esfera criminal. Vou levar esse caso até o fim, comentou.
De acordo com a Polícia Civil, com informações da 77ª DP, o Inquérito Policial foi concluído em 7 de outubro de 2016 e encaminhado ao Ministério Público.