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Policiais e milicianos são alvos de operação do Ministério Público
Foram 12 mandados de prisão e oito de busca contra membros de uma organização criminosa de Jacarepaguá
Policiais e milicianos são alvos de operação do Ministério Público
Foto do autor Redação Redação
Por: Redação Data da Publicação: 25 de abril de 2024FacebookTwitterInstagram
Fonte: Reprodução/TV Globo

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), denunciou 16 pessoas à Justiça por associação criminosa, extorsão a comerciantes, empreendedores, vendedores ambulantes e mototaxistas, bem como corrupção ativa.

A ação que contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) cumpriu, nesta quinta-feira (25), 12 mandados de prisão e oito de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua na Comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, em Jacarepaguá. 

Entre os denunciados na operação Naufrágio estão um policial civil e dois policiais militares, que tiveram suas funções públicas suspensas pela Justiça. Na denúncia, o GAECO/MPRJ aponta “a estreita relação existente entre os integrantes do grupo criminoso e os policiais”. A ação conta com o apoio da Corregedoria Geral da Polícia Militar, da Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL), da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) e da DC-Polinter.

Também entre os denunciados pelo GAECO/MPRJ há um homem que se passa por um policial civil e já foi preso temporariamente, por indícios de envolvimento com a prática de um delito de homicídio em 2017, em São Gonçalo. Segundo a denúncia, “ele permanecia no interior de delegacias policiais, utilizando arma, uniforme e distintivo, além de participar de operações em viatura oficial”. O denunciado tem contatos com diversas unidades policiais e, inclusive, nos quadros da Corregedoria da corporação.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa e estão sendo cumpridos em diversos endereços do Rio de Janeiro. Foi determinada a suspensão das funções públicas dos policiais militares e do policial civil. Também foram determinados o sequestro de bens e o bloqueio de valores das contas dos denunciados, além de outras medidas cautelares.

De acordo com o GAECO/MPRJ, o grupo criminoso mantinha envolvimento com PMs para que fornecessem informações privilegiadas. A relação com policiais civis servia para que não fossem “incomodados” na realização de suas atividades criminosas com investigações e eventuais prisões em flagrante, mediante pagamento de valores indevidos, de forma periódica. Além disso, os agentes de segurança forneciam material bélico (desviados de apreensões) e até uniformes aos criminosos.

A partir dos dados levantados pelo GAECO/MPRJ, verificou-se uma extensa rede criminosa, com diversos áudios determinando aos associados e subordinados cobranças de taxas, compra de material bélico, dentre outras atividades, incluindo pagamento de propina a policiais militares e civis. Um dos denunciados, que inclusive exercia função de liderança na milícia da Comunidade Bateau Mouche até o final do ano de 2021, foi desligado do grupo criminoso e passou a fazer parte da “Milícia do Zinho”, que atua em outras localidades da Zona Oeste.

Em resposta, a Polícia Civil mandou a seguinte nota:

“A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) participa da operação. Os flagrantes estão sendo apresentados na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), e os cumprimentos de mandados de prisão na Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter).” 

“A Sepol informa que o agente, alvo da ação, cujas condutas apuradas são de 2020 e 2021, será afastado de suas funções, e a Corregedoria-Geral de Polícia Civil (CGPOL) vai instaurar Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta do servidor. Quanto ao falso policial civil e suas possíveis relações espúrias com policiais, no mesmo período acima mencionado, também serão objetos de apuração.” Finalizou.

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