Raquel Morais -
Uma manifestação de professores e funcionários da educação municipal chamou atenção dos niteroienses que passavam pelo Centro, nesta quinta-feira (17). A categoria, que está em greve desde o dia 15, clama por melhores condições de trabalho, além de exigir contratação de novos funcionários e melhoria nas merendas paras os alunos. Após assembleia no Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões, na Rua Evaristo da Veiga, no Centro de Niterói, o grupo de cerca de 150 pessoas seguiu em caminhada até a Prefeitura de Niterói para chamar atenção da administração municipal para a causa.
Durante o ato, a Avenida Ernani do Amaral Peixoto foi interditada em suas quatro faixas de rolamento por cerca de 20 minutos, e o trânsito ficou congestionado. No acesso à Rua Visconde de Sepetiba os manifestantes também interromperam o trânsito por alguns minutos. Eles usaram carro de som, faixas, cartazes e palavras de ordem, além de paródias para mostrarem a situação em que afirmam estar trabalhando.
Dados do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação de Niterói (Sepe-Niterói) a adesão está em torno de 50% e tem escolas que aderiram em 100%, como por exemplo Escola Municipal Professor Dario de Souza Castello, na Região Oceânica, Escola Municipal Nossa Senhora da Penha, na Ponta da Areia e Escola Municipal Paulo Freire, no Fonseca. Os funcionários pedem mudanças desde 2014 com a melhoria na qualidade do ensino através de construção de quadras de esportes nas unidades de ensino, bibliotecas além de melhoria na qualidade da merenda e entrega de uniformes novos para os alunos.
Há uma carência de funcionários comprometendo a qualidade educativa da cidade. Percebemos uma intransigência do poder público. A qualidade do ensino público está comprometida. Temos alunos com deficiência física estudando em escolas que não têm professores de apoio. Temos funcionários para serem convocados que não são. Temos mais de 9% de reajuste para repor as perdas da inflação ao longo de anos, exemplificou um dos diretores do Sepe Niterói Robson Wellington dos Santos. A professora Margarete Martins, 52 anos e 28 de rede municipal, também participou do ato. Em 28 anos é o pior momento com uma gestão que não funciona e que não atende as necessidades da rede, e o resultado é a greve. Uma luta justa por melhores condições de trabalho e cobranças dos direitos salariais também. Eu não trabalho com amor, eu faço muitas coisas com amor, mas tenho compromisso com a minha profissão e sou profissional no mercado de trabalho, finalizou.
A Secretaria Municipal de Educação divulgou em nota que mantém uma comissão permanente de diálogo com os funcionários do setor e que recebeu no dia 16 representantes do Sepe e apresentou soluções concretas para as reivindicações apresentadas. Nesta quinta-feira (17), pelo terceiro dia consecutivo, as escolas municipais de Niterói estiveram abertas e funcionando, segundo o órgão. Apenas 4% dos funcionários da Secretaria Municipal de Educação (professores, pedagogas, merendeiras, porteiros) não compareceram ao trabalho.
Disse ainda que, desde o início desta gestão, todos os servidores municipais recebem 50% do 13º salário em junho e têm reajuste anual de vencimentos. O Plano de Cargos e Carreiras da Educação, elaborado nesta administração, é um dos mais avançados do País e representou uma valorização de cerca de 70% nos salários da categoria, desde 2014. A partir deste mês, os profissionais da rede municipal de educação de Niterói passarão a receber quinquênios (adicional por tempo de serviço), inclusive com pagamento dos retroativos. O pagamento da progressão de classes e níveis será efetuado a partir deste mês. Os adicionais transitórios serão incorporados a partir de 1º de julho de 2018, conforme aprovado pelo Legislativo.