Wellington Serrano -
O presidente Michel Temer autorizou nesta quinta-feira (20) o envio de 800 policiais para reforçar a segurança no Rio de Janeiro. Até o fim de julho, chegarão no Estado 380 homens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para ampliar a fiscalização nas rodovias de acesso ao Rio e mais 420 militares da Força Nacional de Segurança.
O novo contingente se juntará a outros 200 agentes da Força Nacional que já estão no estado, o que totalizará mil homens. Os militares trabalharão no estado durante 18 meses em operações conjuntas com as forças locais de segurança.
Em reunião com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e ministros da área de segurança do governo, entre eles, Raul Jungmann, da Defesa, Temer determinou que todas as esferas da União, inclusive a área de inteligência, devem cooperar para o cumprimento do Plano Nacional de Segurança.
Patrulhamento será reforçado
A população com mais 380 homens da Polícia Rodoviária Federal patrulhando, fora o que já tem de efetivo, ajuda muito. O grande problema do Rio é a entrada de armas e drogas que não são fabricadas no Rio. Já temos números que mostram que, de um mês para o outro, o roubo de carga, que é uma chaga no Rio de Janeiro, já caiu cerca de 12% com as ações de integração, disse o governador.
Segundo o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen, o plano será aplicado em todo o território nacional desde as fronteiras, mas neste momento o esforço estará concentrado no Rio para combater a criminalidade.
O ministro interino da Justiça, José Levi, explicou que a ideia é repetir a atuação integrada realizada nos grandes eventos, como as Olimpíadas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também participou do encontro desta quinta-feira.
Mobilização pela vida de policiais militares
Uma Marcha Nacional Pela Vida dos Policiais Militares será realizada neste domingo (23) em diversas capitais do país. No Rio de Janeiro, a mobilização ocorrerá na Praia de Copacabana, a partir das 10 horas, em frente ao posto 5. Até o momento, 89 policiais militares foram executados no Estado do Rio de Janeiro, superando todo o ano de 2016, quando ocorreram 77 mortes.
A sociedade e o governo não podem aceitar passivamente que policiais sejam mortos. A indignação precisa ser externada publicamente. A marcha de domingo agora é para dizer que não aceitamos que agentes de segurança pública sejam assassinados. A sociedade precisa de heróis vivos, afirma o deputado federal Marcelo Delaroli (PR-RJ), um dos apoiadores do movimento.
Para o deputado Flavio Serafini (PSol), o governo precisa dar condições dignas aos policiais. É bom a chegada de novos policiais, mas precisamos regularizar as condições dos que já estão trabalhando para enfrentarmos essa crise social, realçou Serafini.