Com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quase cinco mil pessoas se reuniram em frente ao Estaleiro Mauá, na Ponta d"Areia, em Niterói, para realizar um protesto na manhã de ontem. Um verdadeiro "mar vermelho" se formou na porta do estaleiro, em defesa do emprego dos trabalhadores da indústria naval, da Petrobras e contra o presidente em exercício Michel Temer. Além destes temas, todos que pegavam o microfone aproveitavam para começar a campanha para Lula voltar a presidência em 2018.
As caravanas começaram a chegar cedo, 7 horas pessoas já começavam a se reunir no portão do estaleiro. Por volta das 9 horas políticos de várias esferas (municipais, estaduais e federais) subiam no carro de som e discursavam para o público presente, que não cansava de balançar bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outros movimentos sindicais. Ovacionado, Lula chegou por volta das 11 horas e logo começou a falar mesmo rouco - para o público presente.
Se tivesse juízo não estaria aqui porque meu médico disse que para minha garganta melhorar eu teria que parar de falar, mas não tem como me calar na situação que o Brasil passa. Estou para vir aqui [Niterói] há seis meses, mas só agora consegui. Hoje [ontem] é o começo da semana da vergonha nacional no Senado. Os senadores não estão caçando a Dilma, estão caçando os votos dos milhões de brasileiros. Me espanta o Crivella, que apoiou tanto Dilma, que fala em nome de Deus, mostrar esta deslealdade. Não tenho nada contra o Temer, mas não aceito ele tentar chegar ao poder pelo golpe, ele tem que ser eleito nas eleições, falou Lula, que defendeu também a permanência das empresas nas mãos do governo e a hegemonia da Petrobras.
Está em jogo a tentativa de desmontar o Brasil. Caindo a Petrobras, várias empresas caem junto. Se você [trabalhador] não brigar, quem vai? Vocês que sabem se tem dinheiro para ir ao supermercado ou não. Esses aqui que estão no palanque não são contra a investigação [Lava-Jato]. Quem roubou tem que pagar e se preso, mas o que não pode é prejudicar os inocentes os trabalhadores que estão sendo demitidos, esbravejou o ex-presidente.
Além de Lula, estiveram presentes o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente da CUT, Marcelo Rodrigues e o presidente do Movimento Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, que durante seu discursou clamou que o povo fosse a rua e que se fosse preciso irão cercar a sede do BNDS e da Petrobras. Além deles, o presidente de Maricá, Washington Quaquá, deputados, presidentes de sindicatos da cidade estiveram presentes, todos aproveitando o momento para fazer comício para Lula voltar nas eleições de 2018.