Anderson Carvalho
Após o incêndio que destruiu o Museu Nacional, da Quinta da Boa Vista, no Rio, no último domingo, as preocupações se voltam para a preservação dos demais museus do estado. Em Niterói, há o federal Museu de Arqueologia de Itaipu, na Região Oceânica; os estaduais Museu do Ingá e Antônio Parreiras (no mesmo bairro); o Museu Janete Costa de Arte Popular, no Ingá, que está localizado em um prédio antigo; além do Teatro Municipal João Caetano, no Centro.
Entre os espaços municipais, o Museu Janete Costa de Arte Popular, inaugurado em 2012, em um sobrado do século XIX, na Rua Presidente Domiciano, 178, no bairro São Domingos, chegou a ser fechado no início de 2013 para requalificação da área interna e reaberto em junho do mesmo ano.
Há ainda o Museu de Arte Contemporânea (MAC), na Boa Viagem, que passou por uma reforma em 2016, que custou R$ 7 milhões aos cofres públicos municipais. O Teatro Municipal está com processo licitatório em andamento para reforma do telhado e compra de aparelhos de ar-condicionado. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, não precisará ser fechado. A prefeitura informou que todos os espaços culturais estão com certificados de operação, emitidos pelo Corpo de Bombeiros, em dia. Os funcionários passam por constantes treinamentos para situações de emergência nas unidades.
O Museu do Ingá, que até a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, em 1975, era a sede do governo estadual e residência oficial do governador, é administrado pelo Estado. O acervo contém mobiliário da época e obras de artistas, como Anita Malfatti, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Guignard, Alfredo Volpi, entre outros. Hoje, segundo o Estado, o local passa por processo de revitalização que visa recuperar o espaço, inclusive para prevenção de incêndios.
O mesmo não se pode dizer do Museu Antônio Parreiras, na Rua Tiradentes, no Ingá. Fechado desde 2012 para reformas, estas pararam em 2014, por falta de verbas. As obras foram orçadas em R$ 4.826.497,74. A Secretaria de Estado de Cultura informou que aguarda repasse de R$ 4,6 milhões do Ministério da Cultura para terminar a reforma.
A pasta confirmou a conclusão do reparo de algumas partes do prédio histórico, mas informou que ainda aguarda aproximadamente R$ 4,6 milhões de verbas federais, previstas no convênio com o Ministério da Cultura para terminar a reforma do museu. Não há prazo para isso, no momento. Foram concluídas as restaurações da fachada, do telhado e do piso do prédio principal, além do telhado do ateliê do artista e do escoramento da encosta do terreno do museu. Mas, do lado de fora, o jardim continua com o mato alto e abandonado.
O Museu de Arqueologia de Itaipu, ao lado da praia do mesmo nome, há dois meses faz a reforma da cruz no alto da capela. No século XVIII era o antigo Recolhimento de Santa Tereza. Hoje, o acervo guarda peças que pertenceram aos índios da região na época do Descobrimento do Brasil e até a 6 mil anos antes de Cristo. Procurado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), informou que no momento está focado no Museu Nacional e pensará sobre os demais museus nos próximos dias.