Raquel Morais -
Em mais uma medida de sustentabilidade, se aprovado, o Projeto de Lei 1.125/15 vai obrigar os hospitais estaduais do Rio de Janeiro a usarem energia solar. As unidades vão ter que instalar os painéis solares fotovoltáicos para a conversão da energia elétrica. A possibilidade não agradou muito os usuários do serviço público, que apesar de se preocuparem com o meio ambiente, preferem outros investimentos na saúde pública.
A proposta, de autoria do deputado Filipe Soares (DEM), está tramitando na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), e segundo texto as unidades hospitalares terão que instalar os painéis a partir da data da publicação da norma.
"Os painéis solares fotovoltáicos fomenta a sustentabilidade, já que a energia solar é renovável e limpa. O objetivo da proposta é preservar o meio ambiente", afirmou o político.
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontou que a redução de 75% no preço da energia solar nos últimos 10 anos e o forte crescimento no preço da energia elétrica, que desde 2012 subiu 499%, segundo o Ministério de Minas e Energia, facilitam o uso da energia solar.
Eu acho que o planeta precisa de todo tipo de ajuda. Temos que pensar na sustentabilidade. Mas acho que isso deveria acontecer em países mais desenvolvidos, onde a política pública funciona. Chega a ser uma piada um parlamentar querer energia solar em um hospital que não tem remédio ou que não tem material de limpeza, comentou um médico que não quis se identificar.
A dona de casa Márcia Santos, de 60 anos, já usou o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, após seu neto cair de uma escada e disse ter sido bem atendida.
Nós que usamos o serviço público somos tão carentes que, desde que sejamos atendidos, ficamos felizes. Meu neto foi atendido e ficou curado mas o serviço não foi de excelência. Demorou o atendimento, o banheiro não tinha sabonete para lavar as mãos e remédio tivemos que comprar na farmácia. Então acho que deveriam investir mais em equipamentos e até mesmo contratar mais pessoas para depois pensar na luz solar, opinou.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) foi questionada sobre o assunto, mas até o fechamento dessa edição não se manifestou.