Augusto Aguiar -
O Estado do Rio não será afetado pela decisão de corte no orçamento nas atividades da Polícia Rodoviária Federal (PRF), anunciada na noite de terça-feira. Na contramão do que ocorrerá em outros estados, o Núcleo de Comunicação Social da PRF emitiu a seguinte nota: A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que a medida de cortes no orçamento não afetará as atividades no Rio de Janeiro. Inclusive, haverá reforço no efetivo para os próximos dias. Vale lembrar, que com a chegada do mês de julho, época de férias escolares, a atenção deve ser redobrada com aumento do fluxo de veículos.
A repressão à criminalidade, em especial o roubo de carga, é uma das prioridades da PRF no Estado. Foram descentralizados os recursos para convocação do reforço e atuação nas rodovias federais do estado. Portanto, ao contrário dos cortes de recursos, para a PRF no estado ainda serão destinados recursos da ordem de R$ 19,7 milhões (R$ 19.718.254,00) e reforço de contingente no patrulhamento. Entre as medidas que serão adotadas em outros estados, mas que não afetarão o patrulhamento no Rio, estão a suspensão, a partir de hoje dos serviços de escolta de cargas superdimensionadas e escoltas em rodovias federais; suspensão imediata das atividades aéreas (policiamento e resgate aéreo); redução dos deslocamentos terrestres de viaturas em patrulhamento; desativação de unidades operacionais; e alteração do horário de funcionamento das unidades administrativas, com priorização de atendimento ao público entre 9h e13h.
A PRF informou ainda que, em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, está negociando com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para que o orçamento seja recomposto o mais breve possível, mas sem data prevista. Em junho desse ano, A Tribuna publicou reportagem, onde mais uma vez alertou, com base nas informações do sindicato da categoria (SINPRF-RJ), que o contingente responsável pelo patrulhamento ao longo de cerca de 200 km na Rodovia Niterói-Manilha estaria muito abaixo do ideal. De acordo com o órgão, o problema persiste há mais de cinco anos. Levando-se em consideração escalas, licenças, férias, por exemplo, o patrulhamento entre os bairros do Caju, no Rio, e o limite com o município de Casimiro de Abreu, no Norte do Estado, ficaria restrito a cerca de 20 agentes, na jurisdição da 2ª DPRF (situada na Praça do Pedágio da Ponte Rio-Niterói), ou seja, entre os kms 322 e 122.
O SINPRF já fez hoje (ontem) contato com a Superintendência no estado e obteve a informação de que das operações que foram suspensas não consta a Operação Égide, que é de reforço dos trabalhos da PRF no Rio, em função do estado ser o piloto no Plano Nacional da República em junho (
) Logo, houve uma triangulação entre PRF, Força Nacional de Segurança e a Presidência da República no intuito que houvesse a liberação de aproximadamente R$ 20 milhões para custeio da operação. Dessa forma a PRF no estado não será afetada nas suas tarefas nos próximos 17 meses, a princípio. A decisão do Presidente da República de fazer do Rio o piloto está relacionado à Carta da Indústria, apresentada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Firjan com estudos técnicos que indicam a necessidade de uma prioridade de atenção para o estado, em função do grande número de roubos de carga e da presença maciça de fuzis nas áreas urbanas no estado (...), explicou o Márcio Azevedo, diretor jurídico do SINPRF-RJ.