Na manhã desta terça-feira (22) o repórter fotográfico do JORNAL A TRIBUNA, Marcello Almo, foi agredido por um guarda municipal, de Niterói enquanto exercia a sua profissão. Ele fotografava uma manifestação de professores que percorreu várias ruas do Centro de Niterói. O repórter fotográfico teve seu equipamento quebrado durante a agressão.
A equipe de reportagem acompanhava a manifestação enquanto o grupo tentava invadir o portão principal da entrada do Teatro Popular, no Centro, o fotógrafo registrava imagens quando foi agredido. O guarda municipal lançou spray de pimenta diretamente em seu rosto, além de empurrá-lo, o que fez cair seu equipamento de trabalho no chão, o que ocasionou o dano material. Além disso, houve truculência também contra os manifestantes.
Eu estava fotografando a caminhada [dos funcionários da educação], quando chegamos ao Teatro Popular, eles tentaram entrar. A guarda [municipal] não deixou e um deles jogou spray de pimenta, mirou em mim, bem perto do rosto. Fui para trás, recuei, depois fui mostrar pra ele que estava a trabalho, neste momento ele me empurrou, meu equipamento na hora quebrou. Liguei para o 190, o guarda se negou a vir a delegacia, comentou o repórter-fotográfico Marcello Almo.
O presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Rio de Janeiro (Sindjore), Marcelo Godinho, repudiou o ocorrido.
Não há agressão que se justifique. Quando se agride um repórter está agredindo a democracia, o repórter fotográfico representa a sociedade. A violência, no momento em que vivemos, é temerosa. O medo está embutido na nossa sociedade e de onde teria que vir o alento vem a opressão. Lamentável, pontuou.
O presidente Sindicato jornalistas profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Mario Souza, também se posicionou sobre o caso.
O sindicato abomina todo tipo de agressão que tenta atentar o livre exercício do jornalista no seu trabalho. Em um momento em que tenta garantir o processo democrático ainda aconteça isso em pleno exercício da profissão. O sindicato pede as autoridades públicas providências contra essa agressão, declarou o presidente do sindicato.
O presidente da Associação de Diretores de Jornais do Interior do Estado do Rio de Janeiro (Adjori RJ), Paulo César Caldeira, também repudiou o ocorrido.
Repudiamos essa atitude contra o profissional da comunicação, uma profissão importante para a sociedade. Isso é injustificável e é uma intolerância pela incapacidade de compreender a atividade profissional de jornalismo. Além de atentar contra a integridade física do profissional essa agressão ataca o direito de uma sociedade ser livremente informada.
O caso está sendo registrado na 76ºDP (Centro). A Prefeitura de Niterói também foi questionada sobre a agressão e em nota informou que a Secretaria Municipal de Ordem Pública determinou que a Corregedoria Geral da Guarda Municipal apure o fato. Enquanto a investigação não for concluída, o agente envolvido não exercerá funções externas. Cabe ressaltar que a Guarda Municipal não orienta nem compactua com qualquer tipo de agressão. O comandante da Guarda Municipal, Gilson Chagas, também foi questionado sobre o ocorrido. Tenho que seguir a orientação da assessoria de imprensa. Minha resposta já está lá, comentou.