Rosa e a Semente", primeiro espetáculo infanto-juvenil do Grupo Pedras, se apresenta no Jardim da Reitoria da UFF, em Icaraí, durante o mês de junho, todos os sábados e domingos às 16h. Com direção de Isaac Bernat e ingressos que são doações voluntárias do público.
Um sábio mestre resolve passar todo o seu conhecimento para um aprendiz. Para escolher o discípulo, ele reúne crianças em seu jardim e distribui sementes de plantas que elas deverão fazer germinar. Mas Rosa, uma menina que adora flores, enfrenta dificuldades com a tarefa e, para concluí-la, enfrentará uma série de aventuras. As flores irão decidir, diz o Mestre (Lucas Oradovschi) ao distribuir as sementes. Os dias passam e a de Rosa (Helena Stewart) não brota. Seu pai (Diogo Magalhães) aconselha que procure orientação da Jardineira (Marina Bezze), a qual conduz a menina em sua aventura: pegar uma terra escura do alto da montanha, o cocô do boi com uma estrela na testa, a água da cachoeira encantada e, então, seguir para a Árvore do Tempo. Antes de sair, o pai lhe entrega um pequeno livro que recebeu de seu avô para usar quando não souber o que fazer.
A peça traz ensinamentos para toda a família, como a força de vontade necessária para se realizar um sonho, a esperança de ver a semente florescer e, especialmente, a coragem de falar a verdade, que é a grande lição do conto. Quando o Mestre recebe as crianças e suas flores, escolhe como aprendiz aquela que traz a sinceridade.
Rosa e a semente é o primeiro espetáculo infantojuvenil do Grupo Pedras e, assim como outras montagens da companhia, se utiliza de técnicas do teatro de máscaras, da bufonaria e de expressões populares brasileiras. A ideia de falar com este público veio de Helena Stewart, uma das fundadoras do grupo, quando começou a assistir peças infantis com seus filhos. Queremos ocupar a rua, fazer uma circulação gratuita para que todos possam assistir, destaca a atriz. Temos em nosso repertório uma pesquisa de espaço com a plateia que está presente também neste novo trabalho, conta a atriz Marina Bezze.
Juntos, os integrantes da companhia começaram a pesquisar textos infantis e convidaram Isaac Bernat para dirigir a montagem. Nos primeiros encontros surgiu O pote vazio, texto com o qual o diretor já havia trabalhado em aulas que ministra na universidade. Tenho fascinação por este conto. É cada vez mais pertinente essa discussão sobre a importância de dizer a verdade, mesmo que seja difícil enfrentá-la, comentou Bernat.
Para assinar a direção de movimento, a companhia convidou Andrea Jabor. Além dos personagens que contam a história, os atores também encarnam elementos da natureza e animais: a montanha, a cachoeira, o boi, a Árvore do Tempo.
Elemento importante na condução da história, a música é executada ao vivo. Diogo toca xequerê. Helena, flauta. Lucas, lira, e Marina, zabumba. A direção musical é de Ricardo Cotrim, um dos fundadores do Grupo Cultural Cordão do Boitatá.
O cenário, criado pelo artista plástico Marimba, é uma estrutura de metal por meio da qual os atores contam a história, delimitando a cena e se adaptando facilmente a qualquer espaço, seja ao ar livre, seja em teatros. Objetos cênicos e os próprios instrumentos também guiam a menina Rosa pela aventura em busca de sua flor. Os figurinos de Flavio Souza trazem referências à natureza em flores e tons de azul e verde.
Ator, diretor e professor de teatro na Faculdade CAL, Isaac Bernat é doutor em Teatro pela UNIRIO. Há três anos, está em cartaz pelo Brasil com a peça "Incêndios", do autor libanês Wajdi Mouawad, com a qual ganhou o prêmio Botequim Cultural de Melhor Ator. Entre as peças que dirigiu, destacam-se Por amor ao mundo, um encontro com Hanna Arendt, Desalinho e Deixa Clarear, de Marcia Zanelatto, Lili - uma história de circo, de Licia Manzo, Calango deu Os causos de dona Zaninha, de Suzana Nascimento, e Filhote de Cruz Credo, de Eduardo Katz. Como ator, seus trabalhos mais recentes são Incêndios, de Wajdi Mouawad, com direção de Aderbal Freire Filho; Mão na luva, de Vianinha, direção de Rubens Camelo e Cine-Teatro Limite, de Pedro Brício.
A classificação etária é livre e a duração da peça é de 50 minutos. O jardim da reitoria da UFF fica Rua Miguel de Frias, 9 em Icaraí.