Augusto Aguiar -
A Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) realizou, na última quinta-feira (7), uma operação no Complexo do Anaia, apontada pela própria polícia como uma das mais perigosas de São Gonçalo, com objetivo maior de tentar localizar o estudante João Vitor Ferreira, de 18 anos, desaparecido desde o dia 14 de maio. Na ação, com auxílio de uma retroescavadeira, os agentes encontraram dois corpos numa área de desova de vítimas de homicídios, utilizada por traficantes da região, mas não confirmaram (devido ao estado de decomposição dos cadáveres) se um deles seria do estudante desaparecido. A titular da DHNSG informou que apurava denúncia de que a vítima teria sido assassinada e seu corpo enterrado no local.
Ainda segundo um inquérito instaurado pela especializada, bandidos ligados ao tráfico no Anaia estariam envolvidos na morte do rapaz. Na operação, três carros roubados foram recuperados e drogas apreendidas. Parentes de João Vitor chegaram a informar que o carro que o rapaz conduzia (modelo Siena) quando desapareceu foi localizado no Complexo do Anaia. No mês passado, em meio ao drama que enfrentavam pelo desaparecimento de João, familiares foram informados que o rapaz teria supostamente sido visto dentro de um veículo, na Rua Dias Ferreira, no Leblon, Zona Sul do Rio.
Já em outro contato, familiares de João Vitor também teriam sido informados que ele teria sido visto - em outra ocasião, depois do desaparecimento, nas redes sociais amarrado, acompanhado de quatro suspeitos, dentro de seu carro ainda em São Gonçalo, nas imediações de sua residência. O veículo teria sido incendiado junto com o corpo da vítima. João Vitor, que havia terminado o Ensino Médio e tinha planos de seguir a carreira de direito, saiu de carro na tarde do dia 14 de maio, afirmando que iria a um churrasco em um bar no bairro Sacramento (vizinho ao Anaia) e seu último contato com familiares teria sido na noite do mesmo dia, não sendo mais visto.
O Portal dos Desaparecidos divulgou um cartaz com a foto de João Vitor pedindo ajuda na busca por informações sobre ele, que podem ser via Whatsapp ou Telegram, no número (21) 98849-6099; pela Central de Atendimento do Disque Denúncia (21) 2253-1177; por meio do Facebook e pelo aplicativo Disque Denúncia RJ.
Ação do DCOD - Policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), coordenados pelos delegados Felipe Curi e Pedro Brasil, após trabalho de investigação e de inteligência prenderam em Itaboraí Hergi Pompeu da Silva, conhecido como Escurinho ou Charuto. Ele é apontado como um dos líderes do tráfico Complexo do Salgueiro, com atuação no Complexo do Anaia, além de ser chefe da venda de drogas em comunidades de Itaboraí. O acusado foi localizado e preso internado num hospital, após Hergi ter dado entrada e fornecido uma identificação falsa, em virtude de uma lesão no tornozelo. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas.