Raquel Morais -
Fila no banco. Fila no mercado. Fila na entrada da escola. Fila no trânsito. Fila no bicicletário. Sim, quem usa o bicicletário na Praça Arariboia, em alguns períodos do dia, precisa esperar para conseguir estacionar a bike. O local diariamente fica lotado com as 416 vagas preenchidas, principalmente desde a semana passada em que o espaço ganhou mais 30 vagas fixas, totalizando 446. Mas os ciclistas não acham tão ruim o tempo de espera e entendem que essa "fila" é um reflexo positivo do progresso na mobilidade urbana, já que aumentou o número dos pedalantes em Niterói. A gerência do espaço confirmou que a ampliação do bicicletário já está em análise na Prefeitura de Niterói.
O espaço não comporta mais a demanda de "magrelas" e 30 vagas tinham sido adaptadas há uns meses, mas na semana passada elas se tornaram fixas no bicicletário. Mas mesmo as 446 vagas são poucas para a demanda e até a manhã de ontem já tinham 5.043 ciclistas cadastrados no sistema. As pessoas ficam esperando vagar um espaço mas esse tempo é muito flutuante, pois às vezes as pessoas desembarcam nas barcas e saem muitas bicicletas juntas e às vezes esse tempo é bem maior. Isso é o reflexo do sucesso do bicicletário que será expandido para o lado do estacionamento. Mas ainda não temos detalhes, comentou a gerente do bicicletário, Thatyane Caldas.
O desenvolvedor de jogos, Leonardo Thurler, de 26 anos, ficou cerca de 30 minutos esperando uma vaga para estacionar sua bike, na manhã de ontem. Uso diariamente esse espaço e acho maravilhoso. Não vejo a hora de criarem mais vagas mas acaba que é algo que entendemos como positivo para a cidade, resumiu o morador do Centro de Niterói que pedala até as barcas todos os dias e leva em torno de 10 minutos.
Mais problemas - Além do espaço estar pequeno, os ciclistas reclamaram de outras questões quando o assunto é bicicleta. Problemas estruturais, falta de malha cicloviária s e principalmente falta de respeito foram algumas questões citadas por ciclistas. O coletivo de ciclistas urbanos, Pedal Sonoro, divulgou uma consulta pública que apontou algumas questões que desagradam os ciclistas como falta de segurança, falta de ciclovias e falta de ligação através de ciclovias da Zona Norte e o Centro. A auxiliar de enfermagem Fabiana Treiger, de 39 anos, confirmou essa insatisfação. Ela mora no Largo da Batalha e pedala todos os dias para o trabalho, que fica no Centro de Niterói. Só me sinto segura quando chego na Avenida Ernani do Amaral Peixoto, no Centro. Os outros lugares eu tenho que desviar de motoristas e pedestres e me arriscar muitas dessas vezes, contou.
A Prefeitura de Niterói informou que o estudo para viabilização de mais vagas está em andamento e consiste em um projeto de ampliação física do espaço do bicicletário. O Bicicletário Arariboia conta com uma média de 500 usuários diários. Até 2020 serão construídos mais seis bicicletários em Niterói: um em Charitas e cinco na Região Oceânica, com financiamento da Cooperação Andina de Fomento (CAF), dentro do PRO Sustentável. Está em estudo o projeto de ligação da ciclovia da Rua São Lourenço com a ciclofaixa da Rua Benjamin Constant. Os projetos de malhas cicloviárias na Avenida João Brasil e da Alameda São Boaventura, ambas na Zona Norte, estão sendo avaliados.