Os protestos de caminhoneiros contra o aumento do preço dos combustíveis já resultaram em interdições de rodovias federais em pelo menos 11 estados. Na região, os manifestantes ocupam o acostamento da BR-101 desde as primeiras horas desta segunda-feira (21) na altura do Trevo de Manilha, em Itaboraí. Os protestos nas rodovias foram anunciados sexta-feira (18) pela Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) e pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).A paralisação não tem prazo para acabar.
Segundo informações da Autopista Fluminense - concessionária que administra a BR-101 - o protesto acontece nos dois sentidos da via. Em certos pontos há retenção por conta dos caminhoneiros que entram na pista para chamar e parar outros caminhões para aumentar a manifestação. Toda ação é acompanhada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não há informações de bloqueios de pista.
Além da BR-101, ainda em Itaboraí há protestos na BR-493 (Magé-Manilha),caminhoneiros também estão na BR-116 (Rodovia Presidente Dutra) em dois pontos, no Rio de Janeiro e na altura da cidade de Barra Mansa. Em Petrópolis, na BR-040 Caminhoneiros ocupam os acostamentos em ambos os sentidos.
A convocação dos caminhoneiros pela ABCam foi feita como forma de cobrar medidas para reduzir o impacto do aumento do diesel, entre elas a isenção de tributos. "O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis feita pela Petrobras, que dificulta a previsão de custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios", diz comunicado da ABCam.
Na semana passada, a entidade enviou ofício ao governo, afirmando que os caminhoneiros vêm sofrendo com os aumentos sucessivos no diesel, o que tem gerado aumento de custos para a atividade de transporte. Segundo a associação, o diesel representa 42% dos custos do negócio. Citando dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a organização afirma que 43% do preço do diesel na refinaria vêm do ICMS, PIS, da Cofins e Cide.
No documento, a entidade reivindicou a isenção do PIS, da Cofins e Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de óleo diesel, por meio de um sistema ou pela criação de um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo.