Augusto Aguiar
Bandidos, provavelmente ligados ao tráfico no Complexo do Caramujo, não se importunaram com a sede do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) na subida da Caixa D`Água e, aproveitando-se da base desativada do Destacamento de Policiamento Comunitário (DPO-Caramujo), promoveram nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (12) um arrastão no perímetro entre a Estrada da Florária e a entrada do Caramujo, na localidade conhecida como Figueira, pela Rodovia Amaral Peixoto (RJ-104).
Até o início da tarde de segunda mais de dez vítimas do roubo em série apareceram na 78ª DP (Fonseca) para registrar ocorrência. Entre um motorista e ajudantes de um caminhão de entrega de cervejas e refrigerantes, que foram rendidos por volta das 7 horas por ocupantes de um veículo, modelo Duster de cor branca.
Eles estavam armados com pistolas e fuzis, e levaram o caminhão com uma carga de cervejas avaliada em cerca de R$ 15 mil, quando passávamos pela Estrada da Florária. Mais tarde encontramos o caminhão abandonado, sem a carga, explicou uma das vítimas na delegacia, que preferiu o anonimato.
De acordo com outras vítimas, os criminosos atacaram quem passava pelo mesmo trecho desde às 6 horas. O motorista de uma van, que transportava uma carga de biscoitos de polvilho, também foi rendido pelos criminosos. Motoristas desavisados que passavam também pela RJ-104, junto à entrada do Caramujo, foram abordados pelos bandidos, que renderam os condutores, roubaram seus pertences e retornavam para o ponto de origem, na Estrada da Florária, fazendo mais vítimas. Uma fonte policial adiantou que o número de vítimas do arrastão praticado pelos bandidos na manhã de ontem deve ser maior, porque parte das pessoas roubadas não compareceu na distrital para formalizar o registro da queixa. Até o fim da manhã de ontem, o bando, composto por pelo menos cinco bandidos fortemente armados, não havia sido identificado.
Em relação ao roubo de carga, um levantamento da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos apontou 25 casos por dia no estado. O último levantamento, feito pelo ISP (Instituto de Segurança Pública), mostra que de janeiro a outubro deste ano houve um aumento de 32% neste tipo de crime em relação ao mesmo período do ano passado.
Imagens de câmeras de trânsito ou de circuitos de segurança dos veículos mostram a violência dessas quadrilhas. Os criminosos estão sempre fortemente armados e ameaçam os motoristas. A delegacia especializada nesse tipo de crime adiantou que a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) já contou com um efetivo de mais de 100 policiais quando registrava, na época, cerca de 13 roubos de carga por dia. Atualmente, o número subiu para cerca de 27 a 30 ocorrências e o número de agentes diminuiu.