Raquel Morais
Mais uma vez o ano letivo para os estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi adiado, dessa vez o reinício do segundo semestre do ano passado foi remarcado de 19 de janeiro, ontem, para próximo dia 30, segunda-feira. Cerca de 40 mil alunos vão continuar sem aulas e falta de repasses públicos, interrupção no pagamento das bolsas de pesquisa, falta de manutenção além de atrasos nos pagamentos de docentes, por exemplo, são algumas justificativas para a alteração do calendário 2017. Para a próxima sexta-feira, 27, foi agendada uma nova reunião com representantes do Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas.
A decisão foi tomada após reunião de representantes da reitoria da Uerj com Fórum, diretores de Centros Setoriais e com os sub-reitores da universidade. Na tarde de ontem um grupo de manifestantes realizou um "abraço simbólico" no Campus da Uerj, no Maracanã, contra os problemas financeiros da instituição. A população precisa nos dar este apoio. A Uerj é um patrimônio do nosso estado. Ela não é minha, é de todos. Nossa situação hoje é triste, lamentável. Se uma pessoa entrar em qualquer um dos campus terá uma sensação de que falta absolutamente tudo. Só não estamos piores que as delegacias, pois ainda temos folhas de papel-ofício. De resto, falta tudo: limpeza, alimentação, ventiladores, etc. Estamos reivindicando o básico para que a Uerj sobreviva, explicou Natália Trindade, estudante de ciências sociais da universidade.
Em nota a Uerj apontou os problemas da faculdade: não pagamento regular das bolsas permanências aos estudantes do sistema de reserva de vagas (cotistas) e o não pagamento regular de outras modalidades de bolsas estudantis; não repasse das verbas de manutenção/custeio para a Uerj; não regularização do pagamento dos salários aos servidores docentes e técnico-administrativos, ativos e inativos, assim como o 13º salário/2016 e interrupção do funcionamento do Restaurante Universitário, no Campus Maracanã, por falta de pagamento por parte do Estado à empresa concessionária
A situação é muito crítica e quanto mais informação a população tiver melhor. A crise financeira vem sendo empurrada para dentro da faculdade por muito tempo e existe também um sufocamento na universidade, explicou Maria Luiza Tambellini, uma das diretoras da Associação de Docentes da Uerj, que exemplificou que o orçamento da Uerj precisa de mais de R$ 1 milhão mas recebe apenas cerca de R$ 500 mil. Deixar de receber todos esses custeios é uma lástima, reformulou.